Renata Tenório, Wendel Mendes, Rayssa de Castro Lima, Alexandre Araújo, Gerson Rodrigues, Anderso Ribe, Maju Tatagiba, Hugo Barrylari, Desirré Holz.
O musical “Negros e Judeus na Praça Onze”, texto da jornalista Beatriz Coelho Silva (Totó) é um documentário teatral, de uma passagem quase ignorada da história do Rio de Janeiro: como os imigrantes judeus, que chegaram ao Rio de Janeiro, na década de 1930, fugindo do antissemitismo na Europa e os descendentes de escravos conviveram pacificamente na Praça Onze, bairro carioca demolido em 1942, para a Avenida presidente Vargas passar. Direção musical do violonista Paulão 7 Cordas.
O musical conta a história publicada em livro pela jornalista Beatriz Coelho Silva (Totó). No período em que o samba e o choro se firmavam comercialmente, o carnaval tomava sua face atual e as escolas de samba eram criadas, estes dois grupos conviveram e enfrentaram grandes adversidades. Ambos chegavam ao Rio (às vezes) só com a roupa do corpo e iam morar na Praça Onze, antigo centro do carnaval das populações negras do RJ porque o aluguel era barato e pela centralidade do bairro.
Crédito da foto: Ingrig Klien/divulgação
Foto 2 – Filipeta do espetáculo
Foto 3 – A autora do texto, Negros e Judeus na Praça Onze, Beatriz Coelho Silva, Totó.

Estreia: dias 3/4, segunda às 21H e terça, 4, às 19H:30, no Teatro Vannucci,(Shopping da Gávea – Rua Marques de São Vicente, 52/Piso 3 - Tel. 22747246). O musical prossegue em temporada, todas às segundas e terças, de abril, dias: 4, 10,11, 17,18, 24, 25. Duração: 90 minutos. Ingressos: R$ 60,00 (Inteira)

A direção musical do espetáculo é do violonista e pesquisador carioca Paulão 7 Cordas, um dos melhores produtores e arranjadores da atualidade cuja carreira foi iniciada aos 17 anos acompanhando o cantor e compositor Nelson Cavaquinho, nos anos 1970. Nascido em uma família de músicos, Paulão é maestro do cantor e compositor Zeca Pagodinho e produtor dos discos da Velha Guarda da Portela. Paulão aceitou o desafio de estrear no teatro e selecionou 18 sambas que contam a história e o cotidiano do bairro, compostos entre 1930, quando se passa a peça até Bumbum Paticumbum Prugurundum, da escola de samba Império Serrano, de 1982. Optou por ser fiel aos arranjos originais da época e o espetáculo será acústico. Os ensaios acontecem desde dezembro, tudo para contar como pessoas de origens diferentes se uniram há 80 anos e criaram o melhor do Brasil: a música, a festa e a alegria de (sobre)viver na adversidade.
Os negros viviam nos morros cariocas e os judeus se fixaram no extinto bairro, após chegarem ao Rio, na década de 1930, fugindo do antissemitismo na Europa. Segundo a Encyclopédia Judaica, em 1900 havia cerca de 1000 judeus no Rio cuja população era de 805 mil habitantes, dos quais 210 mil eram estrangeiros. Na Praça Onze, viviam com árabes, espanhóis, portugueses, italianos que tinham em comum a pobreza e a necessidade de fazer a América. Mas negros (descendentes de escravos vindos da Bahia e Minas Gerais) e judeus (fugidos de perseguições na Europa do Entre Guerras) tinham mais em comum: não podiam voltar se desse errado, eram mal vistos por não serem católicos e, principalmente, amavam e faziam muita festa e música.
No bairro existiam pelo menos cinco jornais em iídiche e seis importantes instituições judaicas funcionavam na Praça Onze desde a década de 1920: Federação Sionista, o Grêmio Juvenil Kadima, a Sinagoga Beith Taakov (A Casa Jacob, em iúdiche), Sociedade Beneficente das Damas Israelitas e o Centro Obreiro Morris Wintschevsky. E só cresceu o número de instituições políticas, sindicais e /ou assistenciais até a demolição do bairro: Clube da Juventude Israelita, Grêmio Juventude Israelita cujos bailes reuniam 3 mil pessoas, Grêmio Juvenil Kadima e o Grêmio Hebreu Brasileiro. Havia intensa vida social e cultural, com espetáculos de teatro amador, bailes, concertos, saraus literários e disputas esportivas.
A reivindicação da Praça Onze como local de sua história/memória é recente entre os judeus, ao contrário do que ocorre com os negros pois ali se encontram o sambódromo, (as escolas de samba continuam sendo a expressão maior da cultura negra em número de pessoas e fama), o monumento ao Zumbi e a Escola Municipal Tia Ciata.
Quanto aos judeus, hoje, no carnaval, o bloco Rancho da Praça Onze, formado por judeus cariocas, que toca músicas judaicas com percussão brasileira, se concentra nessa área.
A direção musical é do violonista e pesquisador Paulão 7 Cordas, um dos melhores produtores e arranjadores da atualidade cuja carreira foi iniciada aos 17 anos acompanhando o cantor e compositor Nelson Cavaquinho, no início dos anos 1970. Nascido em uma família de músicos, Paulão trabalha com a nata da música popular brasileira, é maestro do cantor e compositor Zeca Pagodinho e produtor dos discos da Velha Guarda da Portela.
Paulão aceitou estrear em teatro e selecionou 18 sambas que contam a história e o cotidiano do bairro, compostos entre 1930, quando se passa a peça até Bumbum Paticumbum Prugurundum, da escola de samba Império Serrano, de 1982. Foi fiel aos arranjos originais da época. Os ensaios acontecem desde dezembro, tudo para contar como pessoas de origens diferentes se uniram há 80 anos e criaram o melhor da cultura brasileira: a música, a festa e a alegria de (sobre)viver na adversidade. Narrativa pontilhada de belos e antigos sambas que o elenco – formado por atores louros, morenos, negros e índios – aprendeu a cantar e dançar para ilustrar a história.
O espetáculo comprova como imigrantes conviveram pacificamente, se ajudaram e deram sua contribuição para o Brasil. A festa e a música os unia e os ajudava a enfrentar o preconceito da parte de uma sociedade.
A produção do musical “Negros e Judeus na Praça Onze” está procurando fotos de família dos descendentes dos judeus que viveram na área para exibir em um telão como cenário no momento em que será executada a canção: “Minha mãezinha judia, (canção dos anos 1920 e que está para a cultura judaica como “Carinhoso” é para a nossa). Os interessados podem enviar para a página facebook: negrosejudeusnapracaonze – bcstoto@gmail.com
O musical será encenado com nove atores e cinco músicos (havendo também uma versão com playback, para espaços onde não for possível música ao vivo). Há uma versão para teatro palco italiano, que pode ser adaptada arena e/ou espaços abertos
Ficha técnica.
Beatriz Coelho Silva (Totó) – autora
Mineira de Juiz de Fora e radicada no Rio de Janeiro, jornalista, pós-graduada em História na (UFF) Universidade Federal Fluminense, repórter (O Globo, O Estado de S. Paulo) e roteirista (Rede Globo e TV Brasil). Biógrafa do maestro Wagner Tiso, no livro “Som Imagem Ação”, seu segundo livro “Palácio das Laranjeiras”, e em seguida publicou: “Cecine: o ensino de ciências no Nordeste” (com Ascendino Silva e Liacir dos Santos Lucena) e do romance “E ela nunca me deixou ir embora”. O livro “Negros e Judeus na Praça Onze” foi sua monografia na UFF em 2009, posteriormente, o texto acadêmico ganhou depoimentos de personagem cujo lançamento aconteceu em 2016 e agora é lançado como musical.
Fernando Reski – consultor de cultura judaica
Ator e professor de teatro, jornalista, dirigiu o Grupo de Teatro da Terceira Idade da Namat Pioneiras, diretor do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões (Sated-RJ) e apresentador dos programas Gente Carioca (Canal 6 da Net) e Show de Entretenimento (Rádio Nossa Senhora de Copacabana, FM98.7).
Rayssa de Castro Lima – produtora artística
Bacharel em Teatro pela UniRio, criou e dirige a Companhia Cara Lavada há 11 anos, autora de mais de 20 espetáculos adultos e infantis. Atualmente produz o filme O Lado Bom do Rio e seus mistérios, além de ter em cartaz os espetáculos infantis O Natal de Pepa Pig e A Galinha que nasceu Pintadinha
Renato Penco – diretor geral
Formado em Teatro na Universidade Estácio de Sá, é professor da Faetec e dirige o grupo Cochicho na Coxia há 15 anos e o Centro Cultural Oscar Romero, em Mesquita (RJ). Dirigiu 15 espetáculos, entre eles Guerra dos Canudos (de rua), Arraial (ambos de Tiago Silva) e o infantil O livro mágico de Emília, que participaram e receberam prêmios em festivais do Estado do RJ.
Ivan Machado – diretor musical
Licenciado em História pela Uniabeu e mestrando em Educação, Saúde e Cultura, tem especialização em Produção de trilha sonora (UFRJ), Arte-Educação (UNIG) e Gestão
Cultural pela Fundação Cecierj. Foi gerente de projetos e produtor cultural da ong Se Essa Rua fosse Minha.
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Elenco: (por ordem de entrada)
Gerson Rodrigues
Renata Tenório
Hugo Barrylarri
Anderson Ribe
Alexandre Araújo
Maju Tatagiba
Desirré Holz
Rayssa de Castro Lima
Wendel Mendes