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Líderes anousim visitam Israel

Líderes anousim visitam  IsraelDescendentes de judeus forçados a se converter na Inquisição abraçam sua herança judaica.
Para a brasileira Aleksandra Lavor Serbim, acender as velas do Shabat, abster-se de comer carne de porco, e marcar o novo mês judeu foram parte integrante de ser criada em um lar cristão. Isso foi até sua descoberta como jovem estudante de antropologia que seus costumes familiares não eram cristãos, mas enraizados no judaísmo.
Na semana passada, durante uma visita a Israel, cercada por outros 18 brasileiros com antecedentes semelhantes, Lavor Serbim compartilhou sua história com The Jerusalem Post no Centro Cultural Brasileiro em Tel Aviv.
O grupo está em Israel por uma quinzena por iniciativa do Instituto de Estudos Sefardi Anousim do Colégio Acadêmico de Netanya, patrocinado pelo Ministério de Assuntos da Diáspora e pelo Ministério de Relações Exteriores. O termo Anousim refere-se a judeus que foram forçosamente convertidos ao cristianismo durante a Inquisição espanhola.
O antepassado materno feminino de Lavor Serbim, cerca de 15 gerações atrás, foi queimado na fogueira durante a Inquisição. Dezoito parentes do lado materno de seu avô morreram durante o Holocausto. No entanto, ela descobriu esta história da família muito tempo depois que sua conexão com o judaísmo começou.
Como muitos anousim, Lavor Serbim sentiu um apego emocional ao judaísmo anos antes de descobrir suas raízes. “É como descobrir algo que você sabia que pertencia a você”, ela explica.
Ela lembra como ela costumava chorar quando ouvia histórias sobre Israel ou quando ouvia canções judaicas, mas não havia uma explicação clara para suas emoções. “Eu tinha uma forte atração por esses assuntos judaicos”, disse ela ao Post.
O tema que ela escolheu para se concentrar em sua tese de pós-graduação foi sobre Shabbat, e esta semana ela lançou seu livro sobre o assunto no Centro Cultural Brasileiro.
“O Shabat foi a principal acusação contra os Novos Cristãos durante a época das inquisições – a primeira razão para que as pessoas fossem queimadas”, diz ela, enfatizando as ligações entre o dia de descanso judaico e a história da família. “Shabat era o sinal mais forte que os vizinhos podiam ver, para denunciar seus vizinhos.”
Lavor Serbim orgulhosamente se refere a si mesma como um Marrano, um termo reservado para os judeus que foram forçados a se converter, mas continuou a praticar o judaísmo em segredo. Embora a palavra espanhola também significa “porco”, aqueles que se auto-identificam como Marranos veem o termo como um símbolo de resistência.

Lavor Serbim continuou a estudar e procurou outras pessoas que estavam fazendo o mesmo. “Quanto mais eu estudava, mais eu sentia que era parte dessa família marrana”, diz ela.
Fabio Fonseca e Emerson Pessoa Ferreira encontraram mais do que um sentido de família através da reconexão com sua herança judaica – eles descobriram que são primos. Ambos chegaram ao Prof. Avraham Gross da Universidade Ben-Gurion, que também trabalha no Instituto Netanya. Eles lhe contaram sobre suas raízes judaicas e perguntaram o que poderiam fazer para fortalecer essa parte de sua identidade.
“[Gross] me disse que eu não estava sozinho e que conhecia pessoas no Brasil que tinham a mesma trajetória”, diz Pessoa Ferreira. O professor apresentou o casal, que se tornou amigo; Mas apenas anos depois, após testes de DNA, descobriram que estavam relacionados. Ao ver o nome de Fonseca em seu teste de DNA, Pessoa Ferreira não acreditava que fosse a mesma pessoa, mas esta semana em Israel, Fonseca lhe revelou que era. Os dois ficaram sentados juntos no Centro Cultural Brasileiro, relacionando suas histórias ao Post, ambos usando kippot.
A reconexão de Pessoa Ferreira com sua herança judaica começou já aos oito anos de idade. “A grande maioria de nós primeiro sente o amor … nós nos sentimos judeus primeiro “, disse ele, ecoando os comentários anteriores de Lavor Serbim. “Eu desenvolvi sentimentos muito fortes e bons sobre tudo o que é judeu e relacionado a Israel. Olhei para as fotos de Jerusalém e desejei um dia estar no Muro das Lamentações.
Aos 18 anos, ele disse, queria servir na IDF. “Eu era um judeu na minha mente”, diz ele, embora ainda não tenha aprendido a razão.
“Um dia eu li um artigo sobre judeus que foram convertidos séculos atrás e foram morar na região de onde eu sou, então eu vi que é provavelmente a razão pela qual eu amo o povo judeu”.
Pesquisando a história de sua família, ele descobriu práticas judaicas entre seus ancestrais. Ele observa que em Florenia, uma cidade perto de sua casa, até a década de 1980 as pessoas deixavam de trabalhar do pôr-do-sol na sexta-feira e sábado foi considerado mais santo do que domingo. “Muitas famílias têm as mesmas raízes – é algo que desperta em muitas pessoas … primeiro você sente algo e então você vai procurar por ele”, diz ele.

Pessoa Ferreira espera se mudar para Israel em alguns anos, observando que sua filha passou um ano aqui e já age como um nativo israelense. Ele reconhece que deve se converter primeiro, a fim de se qualificar para o Direito de Retorno.
Mas alguns, como Fonseca, acham a ideia de que precisam converter insultos em sua história. “Eu não posso esquecer a história da minha família … você não pode me fazer mais judeu do que eu sou”, diz ele.

Uma solução para este problema é completar um processo chamado teshuva, para passar pelo mesmo processo de conversão, mas sob o título de “retornar” ao judaísmo, em reconhecimento da história da família de pôr em perigo suas vidas e martírio para a sua fé judaica. Esta opção requer mais cooperação com Israel e o Rabinato-Chefe, a fim de obter um reconhecimento mais generalizado.
“Não é o processo em si, mas a palavra” converter “, que incomoda alguns deles [os anousim]”, explica Gross.
“Eles também contam com uma longa e tolerancia haláchica, aceitando os anusim de volta ao judaísmo como” retornados “e não como conversos”, acrescenta Gross.
O reconhecimento como grupo e a construção de conexões mais fortes com Israel foi um dos principais objetivos desta visita, durante a qual os participantes se encontraram com políticos, MKs, rabinos e acadêmicos.
“A mensagem desta viagem é a unidade”, diz Gross ao Post.
Ele explica que, embora as comunidades anousim no Brasil se tornaram mais organizadas ao longo dos anos, elas ainda não são totalmente estáveis, “porque não há uma liderança clara para cada grupo”.
Ele espera que os laços construídos entre os 19 participantes desta viagem avancem nesta questão, com a visão de que eles possam estabelecer uma federação de volta ao Brasil.
O Instituto de Estudos Sefardi e Anousim está definido para lançar um site destinado a promover esse objetivo.
“AnousimComLine” procura ajudar os anousim a encontrar outros como eles e construir pontes entre eles. A população hispânica é importante para Israel, acrescenta Gross, aludindo à contribuição de grupos latino-americanos pró-Israel na luta contra os esforços para deslegitimar o país.

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