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Hassan Nasrallah critica demissão de funcionária da ONU

Hassan Nasrallah critica demissão de funcionária da ONU
Hezbollah diz que demissão na ONU mostra fraqueza da organização

"A submissão desta organização internacional às pressões exercidas pelos Estados Unidos e Israel demonstra que é demasiado fraca para defender os direitos dos povos", disse o líder do Hezbollah.
O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse este sábado que a demissão de uma funcionária da ONU mostra a fraqueza das Nações Unidas e a sua incapacidade para defender os direitos dos povos.

“A submissão desta organização internacional às pressões exercidas pelos Estados Unidos e Israel demonstra que é demasiado fraca para defender os direitos dos povos”, disse Nasrallah, num espaço televisivo dedicado ao discurso do grupo Hezbollah.

A secretária-executiva da Comissão Econômica e Social para a Ásia e o Pacífico (ESCAP) da ONU, Rima Khalaf, demitiu-se, na sexta-feira, após o secretário-geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, lhe ter pedido que retirasse da página da internet do organismo o relatório em que acusava Israel de cometer “apartheid” contra os palestinos.

“Não podemos apostar naquela organização para restaurar a nossa terra na Palestina, no Líbano e no Golã ou para defender os direitos humanos e proteger nossas mulheres e crianças”, disse o líder.

Por sua vez, o Governo de Israel congratulou-se com a demissão de Rima Khalaf, a quem acusou de tentar prejudicar o país há anos, e argumentou que os “ativistas anti-Israel não têm lugar nas Nações Unidas”. “A decisão do secretário-geral é importante para acabar com o preconceito contra Israel na ONU”, disse o embaixador de Israel na organização, Danny Danon, em comunicado.

O relatório, publicado na quarta-feira, foi elaborado pelo ESCAP, que inclui 18 países árabes, e é a primeira vez em que uma organização da ONU acusa Israel de criar um estado de “apartheid”. “Israel estabeleceu um regime de ‘apartheid’ que domina o povo palestino como um todo”, lê-se no relatório.

Na quinta-feira, António Guterres pediu à responsável, Rima Khalaf, que retirasse o relatório, algo que a jordana recusou fazer. Na sexta-feira, quando o relatório já não estava disponível na página na Internet do ESCAP, o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse aos jornalistas que o documento tinha sido publicado sem consultar o secretariado.

Na quinta-feira, os EUA exigiram que a ONU retirasse o relatório, algo que os autores já esperavam. O conflito israelo-palestiniano tem sido um dos temas mais sensíveis do mandato do português Antônio Guterres.

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