Usina atômica iraniana |
Munique (Alemanha), 19 fev (EFE).- O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Liberman, rejeitou neste domingo o diálogo com o Irã, mas se mostrou esperançoso perante a possibilidade de cooperar com a Arábia Saudita no âmbito regional dentro de uma "coalizão dos moderados" contra os "radicais" de Teerã.
Liberman fez estas declarações ao discursar na terceira e última jornada da Conferência de Segurança de Munique (MSC), dedicada aos múltiplos conflitos do Oriente Médio.
"A melhor notícia no Oriente Médio é que pela primeira vez" um estado "sunita moderado", em referência à Arábia Saudita, "entende que sua maior ameaça não é Israel, mas o Irã e seus associados", afirmou o ministro israelense.
Segundo sua opinião, na atualidade se dão as condições para "criar uma coalizão dos moderados", entre os quais conta Israel e Arábia Saudita, "contra os radicais" de Teerã; uma vez que a região já não está dividida por religiões.
Liberman assegurou que o governo israelense está "aberto" ao diálogo regional, mas rejeitou como "irreal" a oferta feita neste mesmo fórum pelo ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohamad Javad Zarif, que falou de cooperação entre "irmãos" para resolver os problemas no Golfo Pérsico.
Segundo Liberman, para dobrar o Irã, o "maior apoio estatal ao terrorismo", é preciso uma combinação de "pressão econômica" e "política muito dura", assim como a implementação de todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
O ministro israelense acusou Teerã de ter ambições nucleares, de enviar armas aos rebeldes no Iêmen, cooperar com a Coreia do Norte, violar resoluções do Conselho de Segurança, perseguir minorias e jornalistas e de execuções sem processo legal.
Neste sentido, criticou o legado do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por sua "falta de vontade política e determinação", cujo resultado é o atual Oriente Médio.
A respeito de Palestina, Liberman se mostrou a favor da solução dos dois Estados, mas com uma clara condição, uma "troca de populações".
Se os palestinos querem um estado homogêneo, Israel também deve ser, quando na atualidade tem uma grande população árabe.
Além disso, em sua opinião, a questão palestina deve ser resolvida de forma paralela à "solução regional" e fazer parte dela. EFE