O movimento islamita Hamas advertiu esta segunda-feira o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a eventual deslocação da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém significa "atravessar todas as linhas vermelhas".
"Advertimos para os perigos de mudar a embaixada norte-americana de Telavive para a Jerusalém ocupada", afirmou o movimento islamita num comunicado difundido esta segunda-feira em Gaza e citado pela agência espanhola Efe.
Para o Hamas, que ainda hoje se opõe a qualquer acordo formal com Israel, a Administração norte-americana atravessaria "todas as linhas vermelhas com a mudança de local da embaixada".
A eventual transferência, que Trump anunciou durante a campanha eleitoral, foi um dos assuntos abordados este domingo pelo novo Presidente e pelo primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, numa conversa telefónica ao final do dia.
No domingo, foi o líder da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmud Abbas, quem enviou a Washington uma mensagem de advertência, segundo a qual estarão preparadas uma série de medidas no caso da decisão se efetivar.
Abbas falou com a comunicação social em Amam, depois de se reunir com o rei da Jordânia, Abdalah II, que se comprometeu a apoiá-lo no sentido de tentar dissuadir o novo inquilino da Casa Branca dos seus planos.
No início de janeiro, Abbas afirmou que instalar a embaixada norte-americana em Jerusalém significaria uma "agressão" e atravessar uma "linha vermelha" inaceitável.
Apesar de Israel considerar Jerusalém a sua capital, a comunidade internacional nunca reconheceu esta pretensão e nenhum país tem a sua representação diplomática nessa cidade, sendo Tel Aviv, ou localidades próximas, a sede de todas embaixadas presentes no país.