Como você define o amor pela Torá? Vejamos, o primeiro caso em que é mencionado o amor de uma pessoa pela outra é quando D’us ordena a Abraão sacrificar o filho que ele ama. O que, na verdade, isso nos ensina? O amor de um pai para o filho é o protótipo de todos os amores. Ou seja, é o amar incondicionalmente, apenas por este ser seu filho. Este é o tipo de amor que deve existir também, com as outras pessoas.
O caso seguinte de amor na Torá, é o de um homem por sua mulher: nosso antepassado Isaac amou sua esposa Rivka (note que está escrito isso depois de Isaac haver casado com ela, não durante um longo período de namoro).
O amor é criado e manifestado através de doação. A palavra hebraica para amor é “ahava”, que vem da raíz “hav” – dar. Aprendemos do caso em que Rachel diz ao marido Yaacov, “hava li banim…”, “Dá-me filhos”. Isso nos mostra o por que de que geralmente os pais amam a seus filhos mais do que estes amam seu progenitores. Quando a pessoa pode dar e dar torna-se como um pai que dá e não espera nada em troca.
Assim deve ser assim com o cônjuge também. Da mesma maneira que nunca vimos alguém se divorciar de seus filhos, o homem não deveria se divorciar-se de sua esposa. Nunca escutamos um caso em que alguém diga ao seu filho, “desculpe, mas conheci o filho do vizinho e me apaixonei”. Claro que na Torá é contemplado o divórcio. Mas, apenas, como um último recurso, o menos desejado. Caso todas as outras opções tenham se esgotado – sob o aconselhamento de um sábio – pode-se então pedir o divórcio. No entanto, aquele que casa tem que fazê-lo com a mentalidade de que é para a vida toda. Não se trata de um copo descartável, ao contrário do que algumas pessoas pensam em outros lugares. Se exige esforço e uma entrega total.
Em seguida, vem o amor ao próximo (obviamente, se não houver amor próprio não existe amor a ninguém mais, pois não se pode dar o que não se tem). Depois segue-se o amor ao convertido, que é algo mais elevado, pois eu o amo, já que compartilhamos o mesmo D’s. Pode não ser da minha raça, nem compartilharmos o mesmo sangue, só a nossa crença nos une. Finalmente, a Torá ordena o amor ao Criador, com todo o teu coração, com toda tua alma e com todas as posses. Quer dizer, se alguém diz que ser judeu sai caro, é verdade, mas têmos que fazê-lo pois como lemos no Shema Israel, para amá-lo, mesmo que seja com toda tuas posses!