Jerusalém (TPS) - O Supremo Tribunal de Justiça de Israel rejeitou uma petição protocolada por famílias enlutadas das vítimas do terror que buscam derrubar a decisão do gabinete, que venceu na semana passada por 7 votos a 3, restabelecendo relações diplomáticas com a Turquia, com a justificativa de que não é função do Tribunal interferir em uma decisão do governo.
"Algumas áreas estão claramente destinadas a serem decididas pelo governo", disse o ministro Neal Hendel, acrescentando: "Estas afirmações são interessantes, mas o Tribunal não vai apoiá-las. Esse é o trabalho do governo. A função do Tribunal não é emitir decisões em todas as esferas e constantemente dizer ao governo o que fazer".
No acordo de reconciliação com a Turquia, Israel concordou em pagar pelo menos 20 milhões de dólares em compensação às famílias dos dez cidadãos turcos que foram mortos quando atacaram soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) no Mavi Marmara, um dos seis navios que faziam parte de uma flotilha para Gaza, enviados pelo Movimento Free Gaza (Gaza Livre) em maio de 2010.
A petição afirma que a concessão de dinheiro para as famílias dos cidadãos turcos foi prejudicial para a democracia israelense e para a capacidade de autodefesa de Israel, e que isso aumentou o terrorismo. "É inconcebível que alguém que tenta ferir e matar soldados das IDF deva ele (ou seus familiares) receber ‘compensação’ por esses atos criminosos", diz um trecho da petição.
O ministro Salim Joubran escreveu em seu parecer que "os requerentes não apresentaram, neste caso diante de nós, circunstâncias excepcionais que justificassem a interferência na decisão do gabinete em apoiar o acordo de reconciliação".
O comunicado de imprensa do movimento político do partido Otzma Yehudit criticou a decisão da Suprema Corte alegando que é apoio ao terrorismo. "Ministros do Supremo Tribunal intervêm no governo sempre que desejam e, da mesma forma, nas decisões do Parlamento", diz parte do comunicado de imprensa. "O Supremo Tribunal aprova [apenas] as decisões do governo que incentivam o terrorismo."
Fonte: TPS / Texto: Tzvi Lev / Tradução: Hannah Franco / Foto: Andrew McIntire