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Artigo escrito por uma descendente dos anussim de Portugal


Aonde fores irei, onde ficares ficarei!
image004O teu povo será o meu povo e o teu D-us será o meu D-us.”
(Rute 1:16)

Esta histórica e famosa frase de Rute, personagem principal do livro bíblico que leva seu nome, normalmente é citada nas cerimônias de conversão ao judaísmo e aludida como um exemplo de fé e desprendimento de uma jovem gentia cuja bondade para com sua sogra seguiu-se exemplar.
Poucas vezes, contudo, Rute é citada como uma das grandes sionistas da antiguidade. Mas esta é, sem dúvida, uma faceta primordial de sua identidade, cujo DNA esteve presente no maior estadista judeu de todos os tempos, o inesquecível Rei David.
Das palavras de Rute a sua sogra Naomi (ou Noemi), é sempre inspirador o teor de fervor religioso da afirmação “o teu D’us será o meu De’s”, principalmente vindo de uma vida oriunda de uma cultura pagã e politeísta. Surpreendente, porém, é afirmação que a antecede: “O teu povo será o meu povo”. O que Rute realmente quis dizer aí?
Parece que esta grande mulher tinha muito mais conhecimentos judaicos do que se imagina. Uma das peculiaridades da fé judaica é exatamente que ela não inclui só uma religião no sentido habitual, onde se manifesta a crença em D’us e a decisão de obedecer as suas regras. Ser judeu é também fazer parte de um povo cuja identidade possui um diferencial dentre todas as nações da terra.
Há quem diga que a grande causa do antissemitismo através da história foi a afirmação judaica de povo escolhido, dando a conotação de preferido ou especial com relação aos outros povos. Uma observação atenta das Sagradas Escrituras, no entanto, nos dá a convicção de que esta escolha não foi discriminatória e sim imbuída de uma carga de responsabilidades muito maior do que qualquer outra nação da terra jamais possuiu. Ser um reino sacerdotal, um povo sagrado, com a missão de levar a palavra Divina para toda a humanidade, através de um comportamento exemplar, esta tarefa certamente nenhum antissemita, em qualquer momento, iria querer tomar para si. E mesmo Israel não conseguiu cumpri-la e sofreu duramente por isso, nas muitas diásporas e perseguições que sofreu. Mas isso é ser povo judeu ou, em última análise, povo de D’us. E Rute fez esta opção.
Este caráter sionista na personalidade de Rute trouxe para ela e para a sua herança familiar um resultado extraordinário. Ao unir-se à tribo de Yehudá quando se casou com o ancião Boaz, Rute consolidou a sua inserção no povo de Israel, gerando uma descendência política e profética de grande proeminência no passado e no futuro. Aos seus progênitos caberia a unificação dos israelitas sob um governo terreno de inspirações Divinas. Este é o reino dravídico, que não só se consolidou há mais de três mil anos, mas será estabelecido derradeiramente nos dias do Mashiach, que ainda está por se manifestar.
Como uma boa sionista, Rute olhou para Sião com olhos espirituais e fez a sua aliá sem hesitar, apesar das condições financeiras desfavoráveis, não só dela e de sua sogra, mas também para os pobres em Israel. “Não importa”, ela deixou subentendido para Naomi, “eu quero fazer parte deste povo e quero estar no lugar que lhe pertence, quaisquer que sejam as circunstâncias ou dificuldades. Posso trabalhar e o ‘Nosso’ D’us há de nos abençoar…” E não deu outra: Rute laborou no lugar certo e achou graça aos olhos de um certo Boaz, homem justo, íntegro e de muitas posses, com quem ela se uniu e prosperou, enfim.
Ser sionista requer ação. Um bom discurso sionista que não implique em uma atitude prática pró-Israel cai num vazio que acaba por negar-se a si mesmo. Israel, a terra, está intimamente ligada a Israel, o povo, e vice-versa. Um não existe sem o outro e um existe para o outro porque esta foi a escolha Divina. Por isso é que em nossos dias, quando os judeus começaram a voltar em massa para Israel, vemos os milagres se sucedendo, desde o deserto florescer até o destaque israelense nas mais altas tecnologias mundiais. Um exílio foi profetizado, mas também o foi um retorno e uma restauração e é isto o que está acontecendo hoje: o povo escolhido na terra que lhe foi dada gera bênçãos intelectualmente inexplicáveis.
E um bom sionista moderno há de reconhecer isto, valorizar e defender Eretz israel e para ela apontar e a ela retornar. E como Rute não temeu, assim o sionista moderno não precisa temer. E certamente colherá os frutos de sua decisão.
 Pela jornalista Cláudia Boffa, descendente dos anussim de Portugal, natural do Brasil.
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