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Ilustração - Police |
Tel Aviv (TPS) – Um horrível estupro coletivo de uma mulher judia com deficiência intelectual no início deste mês, supostamente cometido por três palestinos que gritavam expressões antissemitas durante o ataque, abalou a sociedade israelense e provocou indignação – incluindo na polícia, que aparentemente manteve o caso em segredo por semanas, para não alimentar as tensões entre judeus e árabes.
A polícia anunciou na quarta-feira, 25/5, que prendeu dois palestinos pelo estupro de uma mulher israelense de 20 anos de idade, com deficiência, no sul de Tel Aviv no Dia da Independência de Israel há várias semanas.
Imad Al-Din Daraghmeh, 42, é acusado por, juntamente com dois outros atacantes, estuprar, urinar, e cuspir na jovem mulher – tudo enquanto a ofendia com insultos antissemitas. Ele também teria ameaçado matar sua tia e irmão se ela se queixasse à polícia, e registrou a agressão em uma filmagem.
O segundo suspeito palestino preso é menor de idade e um terceiro suspeito escapou e continua foragido.
Enquanto isso, políticos de direita e ativistas feministas estão trocando acusações de hipocrisia e atenção seletiva para a violência sexual, enquanto a polícia está sob pressão por silenciar o incidente por quase duas semanas em um aparente esforço para evitar a violência étnica a respeito do crime com elevada carga emocional.
"É um horror inimaginável", escreveu Yoav Kisch, legislador do partido Likud, no Facebook na quarta-feira. "Quanto mais detalhes da investigação do estupro envolvendo a jovem são revelados, mais eu fico horrorizado."
Contudo Kisch também repreendeu tanto a polícia como as ativistas feministas pelo suposto silêncio. "Estou horrorizado com a decisão da polícia em silenciar o incidente, afim de 'evitar tumultos', mas é principalmente o silêncio que me enfurece. Onde estão todas as heroínas dos direitos das mulheres? Onde estão as célebres feministas?", ele perguntou, acusando seus "colegas de esquerda" de não falarem abertamente porque os agressores suspeitos são palestinos.
Michal Rozin, uma parlamentar do partido de esquerda Meretz, escreveu na quarta-feira uma carta ao ministro da Segurança Pública Gilad Erdan detonando o tratamento dado pela polícia ao caso, sugerindo que o silêncio em torno do caso permitiu que o terceiro suspeito escapasse.
"Isto é inaceitável e prejudica gravemente o procedimento adequado nestes casos. Peço-lhe para esclarecer se este é um caso de negligência policial, além da violação dos direitos da vítima", ela escreveu.
Alguns ativistas manifestaram preocupação sobre a politização do ataque. "Este incidente não deve ser silenciado ou tomado de ânimo leve - é horrível- mas tais histórias também não devem ser usadas para difamar um grupo específico. Aqueles que fizeram isso são pessoas más, independentemente da sua etnia", argumentou Nitzan Levenberg, uma jornalista e ativista feminista israelense, em entrevista ao serviço de imprensa Tazpit (TPS).
"A prática de expressar choque e indignação em relação à violência contra as mulheres apenas quando os autores são os ‘inimigos’ existe em todo o mundo", acrescentou. "Ela destaca a visão da sexualidade feminina como um instrumento de guerra, e tais casos são usados como justificativa para os pontos de vista fanáticos e racistas".
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por sua vez, criticou os políticos e a imprensa por não deplorar em alta voz o ataque. "Este é um crime chocante que deve ser condenado em todos os setores. Mas, por alguma razão, tal condenação não foi ouvida – nem na imprensa nem em todo o espectro político", escreveu Netanyahu em sua página no Facebook na quinta-feira à noite.
Netanyahu em seguida insinuou que há um padrão duplo para vítimas judias em oposição às vítimas palestinas - e que se os papéis fossem invertidos o clamor público seria muito maior. "Alguém poderia imaginar o que aconteceria no caso inverso?", questionou.
Joshua B. Dermer e Michael Zeff contribuíram para este artigo.
Fonte: TPS / Texto: Michael Bachner / Tradução: Alessandra Franco
orgulho do judaísmo
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