
"Quero prometer que a postura francesa na questão de Jerusalém não mudou e consiste em proteger a liberdade de acesso e culto em Jerusalém, a cidade mais importantes para as três religiões monoteístas e que pertence a todos os crentes, judeus, cristãos e muçulmanos", diz a carta à qual teve acesso o jornal israelense.
A carta segue às insistentes queixas da comunidade judaica francesa pelo apoio que o país deu em meados de abril a uma proposta palestina na Unesco que tipificava a Esplanada como exclusivamente muçulmana, por estar no local da Mesquita de al-Aqsa e do Nobre Santuário.
Para os judeus, esse lugar é conhecido como Monte do Templo e o consideram o local mais sagrado porque no local esteve há dois mil anos o bíblico templo de Jerusalém.
O apoio francês gerou também os protestos do governo israelense, que chegou a ridicularizar uma iniciativa francesa para reativar as negociações de paz no Oriente Médio devido à resolução.
Em carta despachada por Hollande no domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mostrou "comoção" pelo apoio de "nossos amigos franceses à semelhante e vergonhosa resolução".
Em sua carta ao Consistório Central Israelita, o principal órgão representativo dos judeus franceses, Hollande reitera o compromisso da França "com o status quo nos locais sagrados de Jerusalém", e assegura que não voltará a oferecer seu apoio a uma resolução similar.
A carta, revela o jornal, foi despachada na quarta-feira aos líderes judeus da França, depois que estes começassem a pedir reuniões urgentes com os ministros mais destacados e enviassem cartas de protesto a Hollande, ao primeiro-ministro Manuel Valls, e ao ministro das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault.
Ayrault chegará hoje à região para se reunir com Netanyahu e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, com os quais tentará de obter apoio à iniciativa francesa de paz.
Da mesma forma que Hollande, também Valls, que é esperado na região no dia 21, tinha se desvinculado na quarta-feira da resolução.