
O comissário-chefe da polícia de Israel, Roni Alsheikh, enviou uma carta incomum, redigida com termos vigorosos, no domingo (17/4), ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertando para o perigo de visitas provocativas ao Monte do Templo pelos políticos antes de Pessach, a Páscoa judaica. "A chegada de membros do Knesset (parlamento israelense) e políticos no Monte do Templo pode levar a um agravamento da tensão e uma escalada de ocorrências de uma forma que irá constituir um perigo real para a segurança nacional", escreveu Alsheikh em sua carta.
Segundo a carta, que foi tornada pública no noticiário da noite no Canal 2 israelense, o aviso do chefe da polícia vem à luz das "tentativas de provocação feitas por extremistas de ambos os lados antes dos próximos feriados", referindo-se ao feriado judaico de Pessach e à Páscoa cristã ortodoxa. "Eu decidi continuar barrando os membros do Knesset de subir ao Monte do Templo até novo aviso", acrescentou.
Em outubro 2015 a polícia de Israel decretou uma proibição estrita de membros judeus e árabes do Knesset de entrar no complexo do Monte do Templo. A proibição foi após o forte aumento nos ataques terroristas palestinos que começaram na véspera de Rosh Hashaná, o ano novo judaico, e que tanto Israel quanto os palestinos têm relacionado às tensões no local santo.
"Nós sempre observamos um aumento na incitação palestina e terrorismo em todo feriado judaico importante", disse Menachem Landau, ex-diretor da Agência de Segurança de Israel (ISA) ao serviço de imprensa Tazpit (TPS). "Especialmente antes de Rosh Hashaná e Pessach, uma vez que estes são os feriados quando os judeus religiosos desejam ir ao Monte do Templo".
Fonte: TPS / Texto: Michael Zeff / Tradução: Hannah Franco / Foto: Eitan Elhadez