Israel investe mais nos colonos judeus que vivem na Cisjordânia ocupada do que no resto de seus residentes e aumentou 28,4% seu orçamento de 2015 para os assentamentos, segundo um estudo do Macro Center for Political Economics de Israel que foi divulgado nesta quinta-feira pelo jornal "Ha'aretz".
"O governo israelense gasta muito mais em um colono da Cisjordânia do que em um residente de Neguev ou Galileia, e o dobro do que um residente do centro".
Dos 1,4 bilhão de shekels (323 milhões de euros) que atribuiu em 2015, 28,4% a mais do que no ano anterior, o investimento per capita sobre os colonos foi de 3.904 shekels (900 euros), 14% a mais que em Neguev, ao sul do país, 28% a mais que na Galileia, e 100% a mais que o gasto público para os residentes do centro.
Os pesquisadores manejaram dados do Escritório Central de Estatísticas e do Orçamento Geral, e levaram em conta as verbas regionais, considerando o dinheiro concedido à educação, funcionamento e aos custos de determinados benefícios fiscais dos quais gozam alguns destes habitantes, entre outros indicadores.
"A atividade em andamento nos assentamentos na Cisjordânia implica em altos custos e uma grande carga para a economia e sociedade israelenses. E não importa se a razão for a defesa ou a despesa civil, um investimento reduzido ou a ameaça do boicote", diz o relatório.
O texto também aponta que nos últimos 17 anos aumentou 105% a construção de casas nas colônias em termos de superfície construída até alcançar os 9,9 milhões de metros quadrados.

"Os pesquisadores apontam que o valor das casas continua subindo e que a evacuação de alguns ou todos os assentamentos, supondo que cada família receba US$ 400 mil em compensação, custaria cerca de US$ 4 a 10 bilhões, dependendo do alcance da retirada. A contínua expansão das colônias só elevaria esse custo no futuro", recolhe o jornal "Ha'aretz".