O lado cultural de Jerusalém. Além da religiosidade e dos lugares sagrados para três religiões, a capital de Israel sedia festivais culturais.
Com mais de 5 mil anos de história, Jerusalém é terra sagrada para as três grandes religiões monoteístas: muçulmanos, cristãos e judeus. Mas, além de sua intensa religiosidade, tem uma cena cultural ativa, com festivais de música, concertos e teatros.
“Capital do país, Jerusalém é uma das cidades mais fervilhantes culturalmente de Israel. Como o país foi criado com base na cultura judaica, que valoriza o embasamento cultural, faz parte do princípio histórico e há muito investimento nessa área”, comenta Renata Cohen, diretora geral do Ministério do Turismo de Israel no Brasil.
Ela acredita que essa efervescência ainda é pouco conhecida dos brasileiros, mas a cada ano o público dos festivais cresce, sendo o de música e o de luzes os mais conhecidos. “Há eventos durante o ano todo, que fazem com que a cidade possa ser considerada um polo cultural, até mesmo se comparada aos grandes centros culturais europeus”, acrescenta Renata.
Música
Em março, enquanto os muçulmanos fazem suas orações nas mesquitas, os judeus rezam em frente ao Muro das Lamentações e os católicos se ajoelham na pedra sagrada do Santo Sepulcro, a música - iraniana, árabe e até “Aleluia” em ritmo pop - toma conta da cidade.
Neste ano, a 5ª edição do Festival de Música na Cidade Antiga de Jerusalém ocorre de 28 a 31 de março. Organizado pela Autoridade de Desenvolvimento de Jerusalém, Ministério de Jerusalém e Relações da Diáspora, do próprio município, é aberto ao público local e aos turistas.
O evento cria uma atmosfera mágica e de celebração em Jerusalém. É montada uma rota circular que começa no Portão de Jaffa e segue pelos bairros armênio, judeu, muçlumano e cristão. Há palcos distribuídos por toda a cidade, marcados pela diversidade de estilos e sons.
Segundo Renata, o festival permite vislumbrar as tradições musicais da Cidade Velha de Jerusalém. “Bandas executam música autêntica e tradicional, cada uma com um repertório específico do bairro ou área a que pertence, oferecendo uma experiência única aos visitantes”, detalha.
No bairro armênio acontece uma autêntica celebração. No bairro muçulmano, pode ser ouvida música tradicional e, no bairro cristão, a celebração de trabalhos litúrgicos. A música israelense, bem como a tradicional klesmer, podem ser apreciadas no bairro judeu.
“Os festivais revelam o mix cultural de Jerusalém, a convivência das diversas culturas que coexistem e enriquecem os eventos”, afirma a diretora.
História do holocausto e de israel
Fora dos limites da Cidade Velha, dois pontos turísticos são imperdíveis para quem visita a cidade com foco cultural.
Memorial do Holocausto Yad Vashem
“Marca a lembrança de uma crueldade da humanidade. Ao entrar se sente a decadência e ao mesmo tempo a ascendência do ser humano, o lado obscuro e o lado claro da humanidade. É muito emocionante e muito bem estruturado”, define Renata.
Museu de Israel
“O museu conta a história real e detalhada do Estado de Israel. Nele estão os manuscritos do Mar Morto”, diz a diretora.
Coexistência e espiritualidade encantam
Construída em 1004 a.C, pelo Rei David, Jerusalém foi por muito tempo considerada o centro do mundo nos mapas antigos. De arquitetura peculiar, com suas construções da pedra cor de areia - a Pedra de Jerusalém – a cidade antiga tem uma atmosfera única. Sua forte e sagrada história é revelada nas altas muralhas de pedra e na sacralidade dos antigos prédios e templos das religiões judaica, cristã e muçulmana.
A Cidade Velha é rodeada por uma muralha de mais de 4 km, com sete portões, 34 torres e uma cidadela – a Torre de Davi. A mescla de sua cultura está distribuída por quatro quarteirões, onde residem povos armênio, cristão, muçulmano e judaico.
Mesquita de Omar - Coisas Judaicas |
No quarteirão cristão fica o mercado, um de seus mais cotados pontos turísticos. Colorido e barulhento, é o lugar perfeito para comprar suvenirs e conhecer o artesanato típico, como cerâmicas, velas, roupas étnicas, tapetes e lâmpadas de vidro.
A pechincha é uma marca do local, já que se consegue reduzir muito o preço dos produtos ao negociar com os comerciantes.
Para Renata, o encantamento da Cidade Velha está nessa coexistência de culturas e na espiritualidade. “Ao chegar, principalmente pela primeira vez, se sente uma espiritualidade muito grande. Afinal, é o berço de todas as religiões, que não pode ser comparada a nenhuma outra cidade do mundo, um lugar singular”, afirma.
Excelente compêndio sobre a cidade
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