Cidade do Vaticano, 16 jan 2016 – O Papa Francisco vai neste domingo visitar a Sinagoga de Roma, uma iniciativa que acontece no dia do Judaísmo, instituído pela Conferência Episcopal italiana, informou a Santa Sé.
Depois de João Paulo II e de Bento XVI, Francisco é o terceiro Papa a visitar esta sinagoga, um acontecimento que para o Rabino-chefe da comunidade judaica de Roma, Riccardo Di Segni, vai ser um “momento de grande expectativa e de homenagens”.
“Vai haver uma homenagem às memórias da deportação e do ataque à Sinagoga. Em seguida, a cerimônia terá lugar dentro do Templo com uma entrada muito longa, no sentido de que, precisamente por desejo do Papa, ele mesmo vai parar para apertar a mão do maior número de pessoas possível”, explicou.
Segundo o Rabino-chefe este momento histórico vai passar uma mensagem de “riqueza para a sociedade”.
“As diferenças religiosas são uma riqueza para a sociedade, trazem a paz, trazem progresso e, portanto, falando de modo oposto ao que está acontecendo com outros alarmantes sinais provenientes de outros mundos religiosos”, avançou Riccardo Di Segni.
Por seu lado o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch disse que a data da visita, 17 de janeiro, coincide propositadamente com a véspera do início da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e quer significar “que o judaísmo está muito próximo do cristianismo”.
“Gostaria também de recordar as boas relações do Papa Francisco com o mundo judaico, que remontam aos seus anos de episcopado na Argentina”, destaca.
O Cardeal acrescentou ainda que o Papa “considera muito importante e que não se cansa nunca de dizer claramente: é absolutamente impossível ser cristão e, ao mesmo tempo, ser antissemita”.
“É certamente um sinal muito bonito que o Papa queira aprofundar a relação com a comunidade judaica de Roma, que viveu a sua fé por muito tempo antes da chegada do cristianismo”, afirma.
Foi publicado há cerca de um mês o documento da Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo “Porque o dom e o chamado de Deus são irrevogáveis” o que o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos considera ser uma ajuda na descoberta das tradições judaicas.
“É dirigido aos fiéis, para que conheçam a existência do diálogo com o judaísmo e as raízes judaicas do cristianismo, podendo assim participar deste diálogo. Por isto, não é um texto doutrinal ou magisterial, mas teológico que serve para aprofundar alguns temas”, conclui.
No início do Jubileu da Misericórdia o Papa Francisco visita a Sinagoga de Roma este domingo, 17 de janeiro, no instituído dia do Judaísmo.