
Israel travou "uma campanha exemplar" durante o conflito de Gaza no ano passado, foi o que concluiu uma equipe independente de proeminentes militares e um ex-promotor de crimes de guerra das Nações Unidas.
O relatório do Grupo de Alto Nível Militar (HLMG), formado por 11 ex-líderes militares e de inteligência de cinco continentes, considerou que Israel operou "dentro dos parâmetros da Lei de Conflito Armado" e que tinha, até mesmo, "em alguns aspectos, excedido os mais elevados padrões que estabelecemos para nossas próprias forças armadas."
O grupo concordou por unanimidade que a resposta militar de Israel foi adequada.
O relatório - chamado de "Uma Avaliação do Conflito de Gaza de 2014" afirmou que " nenhum país aceitaria a ameaça contra sua população civil", representada pelos foguetes disparados pelo Hamas.
"Os esforços de Israel foram inteiramente justificados, adequadamente concebidos e executados dentro da lei , e necessários à defesa da segurança nacional daquele país."
O estudo foi elaborado neste verão durante seis viagens realizadas para investigação dos fatos.
Os ex-oficiais, que no passado ocuparam importantes cargos nas forças de defesa dos EUA, Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, França, Índia, Austrália e Colômbia, afirmaram que haviam obtido um nível de acesso à informações militares que "sem dúvida, foram além do que os nossos próprios países teriam fornecido em circunstâncias semelhantes".
O HLMG, do qual também participou o presidente anterior do Comité Militar da OTAN Klaus Naumann, condenou o Hamas por "ignorar de forma flagrante" as leis internacionais e por cometer "crimes de guerra ... tais como a execução sumária daqueles que eram acusados de colaborar com Israel".
Eles descobriram que "toda a maquinaria militar do Hamas foi colocada em locais civis, domicílios particulares e em um grande número de locais melindrosos, tais como instalações médicas, mesquitas e escolas", e que esta estratégia visava denegrir a reputação internacional de Israel.
Com tal objetivo, "o Hamas buscou ativamente a morte de seus próprios cidadãos [e] realizou uma campanha de informação altamente eficaz que incluía a coerção dos jornalistas baseados em Gaza".
O grupo culpou o Hamas pelas milhares de vítimas, afirmando que a "combinação terrorista-exército" composta pelo partido que governa Gaza "quebrou todo e qualquer cessar-fogo durante o conflito, fosse ele oficial ou humanitário".
"O enorme número de baixas poderia ter sido evitado, se o Hamas tivesse ouvido os repetidos apelos de Israel, feitos através de intermediários, antes e durante o conflito, pela não intensificação do mesmo."
O coordenador do HLMG, Davis Lewin disse que muitos no grupo até mesmo receavam que Israel houvesse criado um padrão, irrealisticamente alto, para proteger civis.
"Algumas das precauções eram tão abrangentes, que eles se preocuparam com a possibilidade destas se tornarem normas do direito internacional, de modo que tivessem que aplicá-las quando lutassem suas próprias batalhas em outros lugares.
"O que poderia acontecer com eles se Israel fosse além, com inovações e ainda assim fosse caluniado pela comunidade internacional? Eles estão muito preocupados que essas organizações possam um dia aplicar os mesmos critérios a eles."
Ele disse que o relatório, o primeira de três guerras que eles estão examinando entre exércitos democráticos e grupos que "não respeitam a vida ou as leis que regem os conflitos armados", mostra um caminho para as nações que atualmente lutam contra Daesh (ISIS).
A avaliação do grupo conclui afirmando que "A experiência de Israel trás lições estratégicas, táticas e operacionais importantes para exércitos de outras nações democráticas que lutam contra alguns dos adversários mais brutais e perigosos desde a Segunda Guerra Mundial".