MP busca provas de crime de racismo contra Maria Júlia Coutinho.
Justiça determinou 25 mandados de busca e apreensão em oito estados.
Suspeitos foram levados ao Ministério Público para se explicarem.
O Ministério Público de São Paulo comandou uma operação em oito estados para apreender provas por crimes de racismo contra a jornalista Maria Júlia Coutinho. Os suspeitos foram levados ao Ministério Público para se explicarem.
O Ministério Público, com o apoio da Polícia Militar foi a uma casa, na zona norte de São Paulo buscar um dos investigados pela participação dos ataques racistas. Os policiais entraram pelos fundos da casa e apreenderam o computador do auxiliar de produção Kaíque Batista, de 21 anos. Ele disse que não publicou nada no seu perfil.
“Não, meu grupo não, agora, o grupo que publicou, eu sei quem foi, e eu vou falar. Não vou segurar o rojão de ninguém.
Os grupos são grandes. Só nessa fase a justiça determinou 25 mandados de busca e apreensão em oito estados.
Em Fortaleza, foram apreendidos quatro celulares e um notebook. O suspeito foi convidado à prestar esclarecimentos, mas se recusou e agora vai ser notificado formalmente para conversar com os promotores. O perfil era falso e foi apagado.
“Logo em seguida a injúria que o caso veio à tona, o perfil foi desativado mais isso não impede evidentemente de se chegar, de se identificar a localização exata de onde saiu essa mensagem criminosa”, explica o promotor de justiça Manoel Epaminondas.

O crime contra a jornalista Maria Júlia Coutinho foi em julho deste ano. A apresentadora foi alvo de ataques racistas nas redes sociais. No Jornal Nacional Maria Júlia falou sobre a importância de combater o preconceito e agradeceu os apoios que recebeu. “Os preconceituosos ladram, mas a Majuzinha passa”.
No Ministério Público de São Paulo Kaíque falou o que sabia sobre outros suspeitos. Ele apontou para o promotor os grupos que escrevem mensagens racistas. Disse que na internet, eles se envolvem nesses crimes porque consideram a rede uma terra sem lei.
O promotor diz que não é bem assim. Identificados os agressores deverão responder pelos crimes de injúria, racismo e organização criminosa.
“Podemos pensar em penas que vão variar de dois a cinco anos no caso de racismo, de um a cinco anos no caso de injúria, um a três anos, no caso de organização criminosa e as penas vão sendo somadas”, fala o promotor Christiano Jorge dos Santos.