França fecha mesquitas pela primeira vez por radicalização
Medida foi tomada após declaração de estado de emergência na esteira dos atentados em Paris
Três mesquitas foram fechadas na França desde a semana passada, sob o estado de emergência imposto após os atentados de Paris, informou o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
Uma delas foi fechada nesta quarta-feira, e a polícia prendeu o dono de um revólver encontrado em operações relacionadas à repressão deflagrada após os ataques de 13 de novembro em Paris.
O ministro explicou a jornalistas que autoridades fecharam outras duas mesquitas na semana passada, a primeira vez que a França toma tais ações contra esses locais, suspeitos de ter influência no que chamou de “radicalização islâmica”.
“A medida de fechamento de mesquitas por motivo de radicalização (...) nunca havia sido tomada no país até então explicou”, Cazeneuve em um comunicado à imprensa.
Autoridades da segurança encontraram documentos jihadistas nas operações na mesquita, colocaram um total de nove pessoas sob prisão domiciliar e proibiram a saída do país a outras 22 pessoas.
A França, que declarou um estado de emergência após ataques islâmicos em Paris, vasculhou até o momento 2.235 casas e prédios, colocou 232 pessoas sob custódia e confiscou 334 armas, 34 delas sendo militares, segundo o ministro.
— Em 15 dias confiscamos um terço da quantidade de armas de cunho militar que normalmente são confiscadas em um ano — acrescentou.
Em Lagny-sur-Marne (leste da capital), uma vasta operação da polícia levou ao fechamento de uma mesquita apresentada como salafista.
Os outros dois templos fechados na semana passada estão localizados em Lyon (leste) e Gennevilliers (arredores de Paris). O fechamento é provisório, durante o período de estado de emergência.
É a primeira vez que o governo anuncia o desmantelamento de associações de culto - com base na lei de 1955 sobre o estado de emergência recentemente modificadas — desde os atentados de 13 de novembro que fizeram 130 mortos.
Os bens do imã Mohamed Hammoumi, que presidia uma das associações implicadas e que pregou na mesquita até dezembro de 2014, quando se mudou para o Egito, foram congelados no fim de abril.