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Dilma fugiu de Netanyahu na Conferência do clima em Paris

 Dilma fugiu de Netanyahu na Conferência do clima em Paris
O grupo de congressistas brasileiros em encontro com Benjamin Netanyahu.
À esquerda do premiê, o embaixador indicado para Brasília,
Dany Dayan (foto do Facebook de Ricardo Berkiensztat).
Por Daniela Kresch Jornalista direto de Israel

TEL AVIV – A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, “fugiu” do primeiro-ministro israelense, Benjamin “Bibi” Netanyahu, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), em Paris. Foi o que o próprio Netanyahu disse a uma delegação de congressistas brasileiros em visita a Israel num encontro no escritório do premiê, em Jerusalém, em 1° de dezembro. O encontro durou cerca de uma hora, surpreendendo a delegação.

Falando abertamente e descontraidamente, Netanyahu afirmou ter conseguido conversar em Paris com diversos chefes de Estado, incluindo líderes árabes, sem contar os presidentes François Hollande (França), Barack Obama (EUA) e o disputado Vladimir Putin (Rússia). Mas não conseguiu falar com a presidente do Brasil, apesar de ter tentado.

“Bibi passou vários recados diretos ao Brasil dizendo que gostaria de ter relações mais próximas ao país, mas não entende porque não consegue”, escreveu, num post no Facebook, Ricardo Berkiensztat, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), um dos organizadores da viagem.


Netanyahu não escondeu que o objetivo de um eventual encontro com Dilma nos bastidores da COP 21 seria perguntar a quantas anda a questão do novo embaixador israelense indicado para Brasília, o ex-líder colono Dani Dayan (que também estava presente ao encontro com os parlamentares brasileiros, a pedido de Netanyahu). Até agora, o Dayan não recebeu o “agrément” do Itamaraty, supostamente por ser um ex-líder colono e por morar num assentamento israelense na Cisjordânia (o Brasil considera ilegais esses assentamentos).

“Ele nos pediu para ajudar a aprovar a nomeação de Dayan”, contou um dos deputados federais presentes.
O atraso na aprovação – que pode se transformar numa raríssima rejeição de um embaixador indicado – seria uma maneira de dizer a Israel que o Brasil não aceita um colono israelense atuando como diplomata no país, sob perigo de parecer dar algum tipo de aval aos assentamentos (isso apesar de Dayan ter ideias e sugestões revolucionárias sobre a convivência com os palestinos, os quais afirma respeitar).

DESCONHECIMENTO E APRENDIZAGEM

A viagem de uma semana dos deputados brasileiros foi financiada pela American Jewish Committee (AJC Access), uma ONG americana pró-Israel, com apoio da Fisesp e da Confederação Israelita do Brasil (Conib). A delegação contou com o presidente da Câmara dos Deputados de São Paulo, Fernando Capez, e os deputados federais Júlio Delgado, Izalci Lucas Ferreira, Raul Jungmann, Sinval Malheiros, Jony Marcos, Darcísio Perondi e Carlos Zarattini. Eles visitaram Tel Aviv, Jerusalém, as fronteiras Norte e Sul, a colônia de Ariel e a cidade palestina de Belém. Tiveram palestras sobre segurança, integração, economia, conflito e outros temas urgentes.
Num almoço no restaurante Mides, no kibutz “brasileiro) Bror Hayil, o veterano kibutznik Avraham Cheinfeld mostrou em primeira mão o martelo verdadeiro usado pelo ex-embaixador brasileiro, Osvaldo Aranha, durante a histórica sessão da ONU, em 1947, que decidiu pela Partilha da Palestina. Admitiram que sabiam pouco sobre a realidade de Israel.
 Dilma fugiu de Netanyahu na Conferência do clima em Paris
“Estamos aprendendo muito. Eu não sabia, por exemplo, que a Palestina era dividida entre Cisjordânia e Gaza”, disse Júlio Delgado (PSB).
Carlos Zarattini (PT), afirmou: “Nosso povo tem muita ignorância. Somos um país que vive muito para dentro e acabamos não tendo conhecimento do que efetivamente ocorre”.
Para o sergipano Jony Marcos (PRB), presidente da Liga de Amizade Brasil-Israel, estar in locofoi fundamental. “Essa disputa aqui da região chega também ao Parlamento no Brasil. Há uma Liga de Amizade Brasil-Palestina, que é mais aguerrida do que nosso grupo em alguns momentos”.
 Dilma fugiu de Netanyahu na Conferência do clima em Paris
A certo momento, o presidente da Câmara dos Deputados de São Paulo, Fernando Capez, perguntou ao dono do Mides, o pacifista brasileiro Natan Galkowicz, por que Israel considerou tão errado o Brasil ter reconhecido a Palestina (o que fez em 2011).

“Somos contra decisões unilaterais. Os dois lados têm que conversar para decidir juntos, não através de reconhecimentos alheios. A política do Itamaraty nessa questão não tem sido efetiva”, respondeu Galkowicz, cuja filha, Dana, morreu vítima de um foguete palestino há 10 anos.
Todos concordaram com a ineficiência do Itamaraty na questão Israel-Palestina, mas suspeito que nem todos pelos mesmos motivos. 
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