
No Conselho de Segurança, enviado especial para a região afirmou que resolução do conflito israel-palestino pode não apenas acabar com a violência entre os dois povos, mas contribuir para o fim do terrorismo no Oriente Médio.
O secretário-geral da ONU condenou nesta quinta-feira (19) os ataques em Israel e na área ocupada da Cisjordânia que deixaram cinco mortos, incluindo três israelenses, um palestino e um norte-americano. Na ocasião, Ban Ki-moon reiterou que apenas uma solução negociada para o conflito poderá trazer a paz e segurança desejada para “os povos dessa terra conturbada”.
Na declaração, o chefe da ONU deseja uma rápida recuperação para os feridos e ressaltou que é determinante que a calma seja restabelecida na região. Ele ainda pediu para que todos os líderes políticos, religiosos e comunitários se manifestem contra esses atos brutais, mas abstenham-se de usar linguagem que possa alimentar ainda mais as tensões.
Em um sessão informativa no Conselho de Segurança, o coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, destacou nesta quinta-feira (19) que a resolução do conflito israelo-palestino poderia ajudar a combater o extremismo por trás dos ataques terroristas em Paris e Beirute, na semana passada, e da queda do avião russo no Egito, no mês passado. Ao longo do último mês, foram registradas ao menos seis mortes de israelenses em ataques e 25 execuções de suspeitos palestinos.
“Esses eventos trágicos (atentados na França, Líbano e Egito) servem para reforçar a realidade de que o extremismo e o terrorismo que infectaram muitas partes do Oriente Médio não são restringidos por fronteiras”, afirmou Mladenov. O coordenador da ONU explicou que o estabelecimento de um Estado palestino e o enfrentamento das preocupações de segurança de Israel trariam benefícios não apenas para os povos de ambos os países, mas para toda a região.
Mladenov reconheceu que o agravamento recente da violência em Israel e na Cisjordânia impõe dificuldades para a negociação da paz. No mês passado, foram relatados 35 ataques de palestinos contra israelenses, envolvendo disparos, esfaqueamentos, tentativas de esfaqueamento ou uso de carros.
O coordenador da ONU também chamou atenção para a impunidade da violência de colonos israelenses contra palestinos, situação que deve ser combatida pelas autoridades de Israel. Mladenov expressou preocupação com as atividades de assentamento. “A realidade, na qual um assentamento de colonos está surgindo na Cisjordânia ocupada, deve ser revertida”, disse.
O representante alertou para o financiamento, anunciado recentemente pelo Estado israelense, de 436 unidades residenciais no assentamento de Ramat Shlomo, em Jerusalém Oriental. “Lidar com ameaças que aniquilam a perspectiva de uma solução de dois Estados é crítico”, afirmou. Em seu pronunciamento, Mladenov também disse que o status quo do Haram-Al Sharif ou Monte do Templo deve ser mantido.