JERUSALÉM - Forças russas chegaram à Síria nos últimos dias para ajudar o governo de Bashar al-Assad, denunciou nesta quinta-feira o ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, acrescentando que Moscou enviou assessores militares e uma força ativa para estabelecer uma base aérea.
A declaração de Yaalon é a mais recente indicação de uma intensificação militar russa na Síria, o que foi negado por Moscou, mas tem preocupado os Estados Unidos e a Otan.
O ministro israelense disse que a base, perto da cidade síria de Latakia, poderia ser usada por aviões de combate e helicópteros de ataque contra militantes do Estado Islâmico (EI).
Na quarta-feira, a porta-voz da chancelaria da Rússia, Maria Zakharova, admitiu pela primeira vez presença militar russa na Síria. Segundo ela, especialistas têm acompanhado a entrega de armas ao país para combater o terrorismo.
Moscou tem apoiado Assad desde que a guerra começou em março de 2011, provocando a morte de mais de 250 mil pessoas. De acordo com o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, porém, Rússia não tomou medidas extras para reforçar sua presença militar no país.
- Especialistas militares russos trabalham na Síria, ajudam o Exército sírio a aprender a utilizar nossas armas. A Rússia não tomou qualquer medida suplementar para reforçar sua presença - declarou Lavrov durante uma entrevista coletiva com o chanceler do Sudão do Sul, Barnaba Marial Benjamin. - E se for necessário tomá-las, vamos fazer isso de acordo com nossas leis, com o direito internacional, com nossas obrigações internacionais e apenas sob pedido e o acordo do governo sírio e dos governos dos outros países da região.
O chanceler admitiu que os aviões russos com destino à Síria, que provocaram o receio dos Estados Unidos e da Bulgária, não apenas transportavam ajuda humanitária, assim como equipamentos militares.
- Os aviões tinham equipamentos militares conforme os contratos existentes - declarou Lavrov.
Na véspera, um funcionários americano afirmou que a Rússia continua aumentando a presença militar na Síria e enviou veículos de transporte de tropas, navios de desembarque blindados e pequena quantidade de homens neste país devastado pela guerra.