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Era uma vez uma voz

Era uma vez uma voz
O livro “Era uma vez uma voz: O cantar iídiche, suas memórias e registros no Brasil”, (Editora Humanitas), de Sonia Goussinsky, apresenta um estudo da cultura iídiche por meio do cantar e do seu significado para os imigrantes e descendentes judeus dessa vertente cultural no Brasil. Este cantar foi um dos elos mantidos por eles com suas raízes.
O iídiche é a língua falada por judeus de origem ashkenazita, principalmente antes da Segunda Guerra Mundial. Teve grande importância na disseminação de parte da cultura e da tradição judaicas por vários séculos.
O nome vem do termo em alemão jüdisch, que se referia a qualquer característica judaica. Historiadores linguistas estimam que o iídiche surgiu entre os séculos 9 ou 10 da Era Comum, quando uma grande onda imigratória de judeus vindos de regiões que hoje são parte da Itália e da França se estabeleceram no Vale do Reno, atualmente na Alemanha.
Eles adotaram a língua de origem germânica e acrescentaram vários elementos em hebraico, aramaico e até alguns de origem latina (franco-italianos). Embora sua pronúncia seja próxima do alemão, a escrita é feita com caracteres do alfabeto hebraico, no sentido da direita para esquerda. Os textos mais antigos disponíveis em iídiche datam do século 13.
Com o advento do nazismo e o massacre de quase toda a comunidade judaica europeia, o uso da língua entrou em declínio. Outro fator contribuiu para isso: o fortalecimento do sionismo e a criação do Estado de Israel, que rejuvenesceu o hebraico. O iídiche, por muito tempo, foi associado à imagem da Diáspora e da perseguição aos judeus. Depois do Holocausto, seu estudo foi desestimulado para dar lugar ao hebraico. Mas no fim do século 20, movimentos espalhados por Europa, Estados Unidos e Israel começaram a atuar no sentido de revigorar o uso da língua.
A obra de Goussinsky, resultado de uma tese de doutorado apresentada na USP em 2013, propõe uma reflexão sobre a importância do cantar para a identidade judaica brasileira. Os gêneros musicais iídiches acalentam a saudade velada e simbólica que os imigrantes e seus descendentes sentem do território evocativo da língua.
A publicação também pode ser adquirida via emaileditorahumanitas@usp.br, pelo site da editora ou via (11) 3091-3728 / 3091-3796.

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