O político francês de extrema-direita Jean-Marie Le Pen, 87 anos, será julgado por negação do Holocausto após dizer que "as câmaras de gás foram apenas um detalhe" da Segunda Guerra Mundial.
O fundador do partido Frente Nacional(FN) da França recebeu a intimação da Promotoria de Paris, mas ainda não foi estabelecida uma data para o julgamento.
Le Pen ficou furioso com a decisão do juiz. "Eu pensei que milhões de franceses marcharam pela liberdade de expressão", disse ele, ao jornal The Independent. "Eu pensei que estava incluindo o direito a blasfemar. E o que eu disse é uma blasfêmia, não é? Afinal, aqueles que me perseguem tem um ponto de vista quase religioso", acrescentou.
Contrariando a diretiva atual da Frente Nacional, liderada hoje por sua filha, Marine Le Pen, que pretende "suavizar" a imagem xenófoba e antissemita do partido, Jean-Marie disse na televisão francesa, em abril, que as câmaras de gás eram um detalhe da guerra. Não é a primeira vez que o octagenário profere tal discurso. Em 1987, ele foi multado em 1,2 milhões de francos (€ 183.200) para fazer uma afirnmação similar.
Em 1999, o tribunal de Munique também condenou e multou Le Pen por uma declaração, numa conferência de imprensa, na qual sustentava: "Se você pegar um livro de 1.000 páginas sobre a Segunda Guerra Mundial, os campos de concentração ocupam duas páginas e as câmaras de gás apenas 10-15 linhas. Isto é o que é chamado um detalhe".