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A Visão

A Visão A Visão – Comentários sobre a porção da Torá desta semana Reê

A Bênção

Esta parashá de Reê é a parashá da vista, da visão. E, assim começa: Veja!

Mas o que devemos ver?

Primeiramente, que existe a bênção e a maldição. A bênção é quando o positivo progride enquanto que a maldição é quando o negativo prospera. A bênção depende do cumprimento do objetivo que o Criador impôs ao mundo. A maldição é resultado do não cumprimento desta nossa missão.

Esta, é uma visão que nos permite ver o mundo além da confusão caótica da qual tem desenvolvido desde o início da criação. Ao longo deste período de caos, a humanidade não pôde ver o sentido do mundo, o sentido da vida, o verdadeiro valor das coisas, tanto as pequenas quanto as grandes, que constituem o cosmos no qual vivemos.

Contudo, pouco a pouco, o mundo tem deixado o caos e tem sido mais e mais capaz de encontrar o sentido da vida e de tudo aquilo que acontece ao nosso redor. Não existem mais “deuses loucos que lutam entre si” e cuja a raiva devemos apaziguar com sacrifícios sangrentos. É verdade que ainda existe muita ignorância e que ainda existem milhões de pessoas que não sabem ler ou escrever, que não têm idéia do que estamos falando, e, obviamente, isso é um problema sério do qual devemos fazer de tudo para superá-lo. Mesmo entre aqueles que entendem que o mundo tem um dono, e um objetivo, estes simplesmente não entendem sua missão na vida e, assim, não sabem o que fazer para cumpri-la.

Para isso a Torá nos apresenta a Parashá Reê, para ajudar-nos a “ver” aquilo que o Criador nos dá.

A Visão do Templo

Esta visão está diretamente relacionada com o Templo. No capítulo 12, versículo 13, a Torá nos proibe de realizar oferendas em qualquer lugar que ‘vejamos’, mas sim, devemos trazê-los para o lugar no qual o Criador escolheu, que, como sabemos, está em Jerusalém, no local onde foi construído o Templo pelo Rei Shlomo.

O conceito de “lugar que vejamos”, se refere a nossa visão intelectual ou mesmo espiritual, com a qual poderíamos tirar conclusões erradas, sendo estas conclusões perigosas, especialmente neste temas, que poderiam resultar em uma alteração da ordem divina.

Sendo o Criador onisciente, uma vez que Ele criou todos os lugares e em todos os lugares Ele habita, não deveria haver nenhuma diferença entre diferentes localizações para poder se “encontrar” com ele. Assim, portanto, poderíamos pensar que todos os locais são dignos de servir como um “ponto de encontro” entre a divindade e a humanidade.

O Templo não se trata apenas de um lugar onde as oferendas são sacrificadas, mas, como dissemos, é este “ponto de encontro”. Durante a peregrinação do Povo de Israel pelo deserto, o Tabernáculo também foi chamado de a “Tenda do Encontro”, pois se tratava do encontro entre o homem e seu Criador. O mesmo se aplica ao Templo. O Rei Shlomo, no discurso de abertura do Templo (Reis 1 8:48), anunciou que todas as orações deveriam ser direcionadas a este lugar sagrado, para, então serem ouvidas pelo Criador. Por mais estranho que possa parecer, as rezas que não atingem este lugar sagrado, não “chegam” no destinatário. Este é um erro muito comum, já que muitos pensam que “como o Criador é onipresente, Ele não tem nenhum problema em ouvir as orações de qualquer parte do mundo”.

A Ordem Divina

Obviamente que Ele “pode” escutá-las! Mas não o quer. O Criador estabeleceu uma ordem que implica que as orações devem ser dirigidas a este lugar sagrado para que assim, possam resultar a reação esperada. Em outros lugares, pode existir uma ligeira sombra desta Presença Divina, mas não é nada em comparação à Presença Divina, a Shechiná, que se encontra no Templo. Isto significa que em outros lugares “não se nota” a presença do Criador, enquanto que, no Templo, quando está construído e o serviço Divino é realizado corretamente, através das pessoas certas, com as intenções corretas, respeitando as demais condições estabelecidas na Torá, não existe confusão. Quer dizer que no Templo não existe dúvida alguma de que a nossa oração foi ouvida e que a nossa voz chegou aos “ouvidos” do destinatário.

Há cerca de 2500 anos atrás, com a destruição do Primeiro Templo, perdemos tudo isso, uma vez que o Segundo Templo era apenas um modelo do primeiro, em tamanho real, mas que não tinha as qualidades especiais que se destacavam no primeiro. Ainda foi possível ver ‘milagres’ no Segundo Templo, mas, como se diz: “não se compara ao esplendor espiritual do original”.

A razão desta recaída nos revelam nossos sábios do Talmud e o Zohar. Estes nos ensinam que no final do período do Primeiro Templo desapareceu o sentimento nacional do Povo de Israel. As dez tribos desapareceram do mapa através do exílio de Sancheriv (Senaqueribe), e os poucos representantes destes que se refugiaram dentro do reinado de Judá, o reinado dos “judeus”, descendentes de Judá, já não eram suficientes para manter vivo o sentimento de “pertencer a uma nação”, a nação de Israel. Parece que o “judeu” se tornou, como chamado no livro Cuzari “uma relíquia dos filhos de Israel”, ou seja, uma pálida sombra do que era o Povo antes do Exílio da Babilônia. O problema, então, não é resolvido com a construção do Segundo Templo, mesmo que a maioria dos ‘judeus’ da Babilônia estivessem dispostos a voltar à sua pátria ancestral e reconstruir o Templo.

Unidade Nacional

A falta de unidade dentro do Povo de Israel é, portanto, um dos principais males, uma das doenças mais graves, talvez, a mais grave de todas. E quando não estamos conscientes da gravidade desta doença, não somos capazes de procurar e, assim, encontrar a solução.

Esta Parashá é sempre lida depois do Tisha BeAv, do dia 9 do mês de Av, no qual celebramos a destruição de ambos os Templos. Nossos sábios nunca se cansam de repetir que a razão desta destruição foi o “ódio gratuito”, o ódio sem motivo praticado, resultado desta falta de sentimento de “pertencer a uma mesma família”, ao mesmo povo.

E a solução, é claro, é o ‘amor livre’, o amor por nenhuma razão, mesmo quando o outro parece ‘não merecer’. Devemos reviver o sentimento nacional, todos nós pertencemos a uma mesma nação, apesar das diferenças que possam existir entre nós. Somos diferentes, cada um tem sua própria personalidade, e mesmo assim, somos parte de uma entidade nacional especial, com qualidades especiais e com objetivos especiais.

Sonhar

Devemos começar a sonhar, dormindo e acordados, com a reconstrução do Templo, e este sonho nos vai ajudar a procurar e encontrar uma maneira de levar a cabo esta missão, para o bem de nossa nação e de toda a humanidade. É mais urgente do que imaginamos e, estamos suficientemente preparados para realizar esta missão.

Às vezes os sonhos são mais reais do que aquilo que chamamos de “realidade”. Especialmente quando estes sonhos são a expressão daquilo que “sabemos”, que a alma sabe mas não é capaz de expressar. Quando não existem sonhos, o Talmud nos ensina, se trata de um sinal muito ruim. Em muitos casos, os sonhos são o único meio pelo qual a alma pode se expressar, e por causa disso, como podemos ver nesta mesma Parasha, devemos tomar cuidado com eles. Se são a expressão do que a Torá nos ensina, estes são muito importantes e devemos ‘mergulhar’ nestes antes mesmo de ir dormir. Devemos estudar as diferente opiniões e buscar os detalhes que nos interessem, de modo que, no sonho, possamos viver as facetas desconhecidas que a imaginação nos permite, através da fantasia e do lado sobrenatural da alma. Sonhar com o templo é um dos sonhos mais preciosos e significa que estamos bem ‘sintonizados’.

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