Tu Beav 15 de Av

Tu Beav 15 de Av

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 Tu Beav 15 de Av

Tu Beav 15 de Av 5775 – 31 de julho, 2015

A alegria de Tu Beav

A menĆ§Ć£o do mĆŖs de Av nos faz automaticamente ligar com o trĆ”gico acontecimento que nele ocorreu - o dia de Tish'Ć” Beav, onde, entre outras desgraƧas, os dois Templos Sagrados foram destruĆ­dos. ApĆ³s o difĆ­cil perĆ­odo das trĆŖs semanas, em que mantemos costumes de luto, comeƧa o perĆ­odo de consolo, em que D'us volta-se a nĆ³s, apĆ³s termos retornado a Ele.

No dia quinze de Av - Tu Beav, o contraste torna-se mais aparente. Este Ć© um dia de alegria, em que vĆ”rios acontecimentos positivos aconteceram ao longo da histĆ³ria. Todos eles, marcam o tĆ©rmino de algum fato negativo que estava ocorrendo em nosso povo. A demonstraĆ§Ć£o de que D'us nĆ£o mais estava irado conosco. JĆ” pagamos pelos nossos atos. Nosso Pai nos espera agora de braƧos abertos. EstĆ” na hora de voltar...

Uma pesquisa no CĆ³digo da Lei Judaica nĆ£o revela observĆ¢ncias ou costumes para esta data, exceto pela instruĆ§Ć£o que, a partir de quinze de Av, deve-se aumentar o estudo de TorĆ”, pois nesta Ć©poca do ano as noites comeƧam a alongar-se, e "a noite foi criada para o estudo." E o Talmud nos diz que, muitos anos atrĆ”s, as "filhas de JerusalĆ©m iam danƧar nos vinhedos" em quinze de Av, e "quem nĆ£o tivesse uma esposa podia ir atĆ© lĆ”" para encontrar uma noiva.
 Tu Beav 15 de Av
E este Ć© o dia que o Talmud considera a maior festa do ano, bem perto de Yom Kipur!

Vamos explicar aqui um pouco sobre cada fato que ocorreu nesta data. Esperamos que, se D'us Quiser, neste ano seja somada a lista a uniĆ£o total entre nosso povo e Hashem, com a vida de Mashiach, que tanto ansiamos e necessitamos.

1 - O dia em que acabaram-se os mortos do deserto

ApĆ³s o pecado dos espiƵes, em que o povo, guiado por seus lĆ­deres, nĆ£o confiou nas palavras de D'us e nĆ£o quis entrar na Terra de Israel, esta geraĆ§Ć£o foi condenada a uma jornada de quarenta anos no deserto, atĆ© que todos acabassem falecendo, e entĆ£o a geraĆ§Ć£o mais nova ingressaria na Terra. Como o pecado ocorreu em Tish'Ć” Beav, as mortes tambĆ©m ocorriam nesta data. Neste dia, todas as pessoas cavavam covas para si mesmas, e dormiam dentro delas. No dia seguinte, os que estavam vivos levantavam-se, e eram sempre quinze mil o nĆŗmero daqueles que pereciam.

No Ćŗltimo Tish'Ć” Beav antes da entrada na Terra de Israel, todos os que haviam deitado dentro de suas covas, levantaram-se no dia seguinte. A princĆ­pio, pensaram que tivesse havido algum engano na contagem dos dias, e por este motivo, continuaram a dormir nas covas nos dias que se seguiram e continuaram vivos, atĆ© que no dia 15 viram a lua cheia, e tiveram certeza que o dia de Tish'Ć” Beav havia passado sem que ninguĆ©m falecesse.

2 - Casamentos entre as tribos e entre o povo e a tribo de Binyamin foram permitidos

Desde a entrada na Terra de Israel, atƩ o acontecimento de "Pileguesh Baguiva" (em que a tribo de Binyamin foi penalizada por seu comportamento incorreto), havia dois tipos de casamentos que foram proibidos:

a - Casamentos entre as tribos: esta proibiĆ§Ć£o foi transmitida por MoshĆŖ. Uma filha que tivesse herdado um terreno de seu pai, nĆ£o poderia casar-se com um homem pertencente a outra tribo, pois desta forma, o terreno passaria a pertencer tambĆ©m a seu marido, prejudicando a tribo da qual ela provinha que perderia o direito sobre as terras. (Os primeiros quatorze anos na Terra de Israel foram dedicados Ć  conquista e distribuiĆ§Ć£o das terras entre as tribos.)

b - Casamentos entre qualquer tribo e a tribo de Binyamin: ApĆ³s o acontecimento de Pileguesh Baguiva, o povo fez a seguinte promessa: "Nenhum de nĆ³s darĆ” sua filha a Binyamin por esposa."

ApĆ³s anos, os SĆ”bios analisaram estas proibiƧƵes e, sob inspiraĆ§Ć£o Divina, chegaram a conclusĆ£o que os casamentos eram proibidos apenas por um certo perĆ­odo. Os casamentos entre as tribos foram proibidos por quatorze anos, tempo marcado pela ausĆŖncia de uma demarcaĆ§Ć£o fixa de terra que seria mais tarde destinada a cada tribo, o que naquela Ć©poca impossibilitava as transferĆŖncias de terra. Passado este perĆ­odo, a transferĆŖncia das terras tornou-se viĆ”vel.

Os SĆ”bios tambĆ©m provaram, que a promessa de nĆ£o casar-se com a tribo de Binyamin era apenas para aquela geraĆ§Ć£o, pois disseram: "Nenhum de nĆ³s" - e nĆ£o "Nenhum de nosso filhos".

As duas permissƵes foram dadas no mesmo dia: em Tu Beav. Por isso, este dia foi marcado por grande alegria e uniĆ£o entre nosso povo.

3 - O dia em que foi permitida a subida Ơ JerusalƩm

O perverso rei de Israel, Yerovam ben Nevat, havia retirado o trono real de JerusalƩm, que D'us havia indicado como o centro do povo. Este postou dois bezerros de ouro, um em Dan e um em Bet El, para que o povo os idolatrasse. Contudo, muitas pessoas do povo continuaram subindo para JerusalƩm, que sempre fora o centro espiritual do povo. Para impedi-los de ir a JerusalƩm, Yerovam espalhou vƔrias barreiras e guardas nos caminhos que as levavam atƩ lƔ.

Estes obstĆ”culos existiram atĆ© os Ćŗltimos dias do reinado de Israel, quando o rei Hoshea ben Ela os anulou, e declarou: "Todo aquele que deseja subir a JerusalĆ©m, que suba". Isto ocorreu no dia de Tu Beav, e foi motivo para grande alegria.

Apesar deste grande feito, o rei acabou sendo castigado. Antes dele, o povo tambĆ©m era idĆ³latra, porĆ©m, a culpa recaiu sobre o rei, que nĆ£o permitia que eles fossem a JerusalĆ©m a procura de sua verdadeira espiritualidade. Hoshea permitiu que subissem a JerusalĆ©m, dizendo "quem quiser - que vĆ”". PorĆ©m, sua obrigaĆ§Ć£o como rei era encorajar o povo a fazĆŖ-lo, coisa que nem ele mesmo fazia, por tambĆ©m nĆ£o andar no bom caminho. Enquanto a culpa pertence ao indivĆ­duo, D'us nĆ£o castiga o povo. PorĆ©m, quando Hoshea anunciou a permissĆ£o, todo o povo foi culpado por nĆ£o ter subido Ć  JerusalĆ©m, e por este motivo, acabaram sendo exilados.

4 - O dia em que terminavam de trazer lenha ao Templo

ApĆ³s a reconstruĆ§Ć£o do Segundo Templo Sagrado, nos dias de Ezra e Nechemia, era grande a dificuldade de encontrar Ć”rvores para utilizaĆ§Ć£o da madeira na queima dos sacrifĆ­cios no altar, pois a terra encontrava-se devastada. Por isso, quando alguĆ©m doava lenha ao Templo, seu ato era meritĆ³rio e muito festejado. Afinal, se nĆ£o houvesse lenha nĆ£o haveria possibilidade de oferecer sacrifĆ­cios, e o ofĆ­cio do Templo teria que ser cancelado. TĆ£o significativa era a importĆ¢ncia deste ato, que os inimigos, desejosos de arruinar os serviƧos do Templo Sagrado, impediam as pessoas de chegar com lenha a JerusalĆ©m.

O Ćŗltima dia do ano em que cortava-se lenha para o Templo era o dia quinze de Av. ApĆ³s esta data, o calor do sol jĆ” nĆ£o era tĆ£o intenso, e as madeiras, que nĆ£o estavam tĆ£o secas, corriam o risco de serem infestadas por insetos, invalidando sua utilizaĆ§Ć£o no altar. Portanto, o Ćŗltimo dia de verĆ£o, em que a mitsvĆ” das lenhas era terminada, era festejado com grande alegria.

5 - Os mortos de Betar foram enterrados

Adriano, o perverso imperador romano, havia feito um genocĆ­dio na cidade de Betar, e para ter maior prazer com a derrota dos valentes sĆ”bios judeus, deixou seus corpos abandonados, jogados em um vinhedo. ApĆ³s um certo tempo, ascendeu um novo rei que permitiu que estes corpos fossem finalmente enterrados. Todo o povo uniu-se para cuidar do enterro de seu irmĆ£os. Isto ocorreu no dia de Tu Beav.

Nesta data, os SĆ”bios acrescentaram a bĆŖnĆ§Ć£o de Hatov Vehametiv - o "Bom que faz o bem", no Bircat Hamazon. E explicaram: "O Bom" - pois os corpos nĆ£o apodreceram enquanto nĆ£o haviam sido enterrados. E "que faz o bem" - pois fez com que acabassem sendo enterrados.

Assim como nĆ³s abenƧoamos D'us pelos milagres que faz, devemos abenƧoa-lo por acontecimentos que nĆ£o nos parecem tĆ£o positivos, e acreditar que tudo que vem Dele Ć© para o bem.


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