Relatório revela que o exército israelense toma mais precauções em conflitos que exércitos-membros da OTAN
Um grupo de especialistas militares internacionais enviou um relatório a ONU na sexta-feira, 12/6, concluindo sua análise sobre ações israelenses e palestinas ocorridas durante o conflito em Gaza de 2014.
Composto por 11 especialistas independentes, o grupo é autoridade em conflitos militares, bem como em leis de confrontos armados. Entre os investigadores estão ex-chefes de gabinete e generais de estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), bem como políticos dos Estados Unidos, Itália e Espanha.
O coronel Richard Kemp, ex-comandante britânico de Forças no Afeganistão, falou sobre o assunto à Agência de Notícias Tazpit neste domingo, 14/6. Ele comentou o principal argumento do relatório, sobre o grande esforço das Forças de Defesa de Israel (IDF) em manter as regras do conflito e, em alguns casos, ir até mesmo além do seu dever.
“Os membros do grupo sabem que nenhum outro exército adotou tantas medidas para evitar perdas de vidas civis, incluindo os de seu próprio lado,” contou Kemp à Tazpit, afirmando que apenas um pequeno número dos especialistas conheciam Israel antes da investigação.
Kemp, que esteve em Israel inúmeras vezes em anos recentes, explicou que seus colegas se sentiram surpresos em geral com o que encontraram. “Israel de fato se esforça mais do que a maioria dos países para se manter dentro das leis internacionais e para proteger civis que não estejam envolvidos nos conflitos,” analisou.
Acrescentando sobre as críticas anteriores da organização, Kemp disse que muitos dos conceitos equivocados que existiam entre os especialistas se deviam à desinformação advinda da própria ONU. Kemp também disse esperar que os relatórios de seu grupo sejam levados em consideração pela ONU em sua futura publicação da análise sobre o conflito de 50 dias do verão passado.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDH) está prestes a liberar um relatório sobre esse conflito no fim do mês de junho. O CDH tem sido descrito, inclusive pelo secretário geral da ONU, Ban Ki Moon, como desproporcionalmente focado em colocar Israel em evidência. Críticos tem denunciado o CDH, que incluiu países como Arábia Saudita, Rússia e China em seu conselho nos últimos anos como sendo completamente tendencioso contra Israel.
O ministro para Assuntos Exteriores de Israel também publicou seu próprio relatório sobre o conflito neste domingo, apresentando seus resultados ao primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu.
O relatório afirma que as vítimas do conflito de 50 dias em Gaza foram, em aproximadamente metade dos casos, combatentes armados, pelas estimativas atuais. Essa proporção coloca Israel na vanguarda da redução de perdas de vidas civis em guerrilhas urbanas, à frente de forças de coalizão no Iraque, Afeganistão, Kosovo, entre outros exércitos ocidentais.
A respeito do relatório do ministro para Assuntos Exteriores, Netanyahu disse, em sua reunião semanal de gabinete, que “Israel e IDF estão comprometidos em respeitar as leis internacionais, mesmo combatendo organizações terroristas que violam intencionalmente essa leis.”
Fonte: Tazpit Brasil / Texto: Zack Pyzer/ Tradução: Graziela Dreilich
