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Onde estava Deus durante o holocausto?

Onde estava Deus durante o holocausto?
Um conto infantil


Era uma vez um rei que reinava sobre um grande reino. Assim começam os contos infantis. O meu terá um começo diferente.

Era uma vez um rei que reinava sobre um grande império. Só para vocês terem uma idéia de como era grande este império, ele chegava até os quatro cantos do infinito. E olha que infinito não tem fim.

Já que o império era tão grande vamos chamar o rei de imperador e a rainha de imperatriz. O casal vivia feliz..Os súditos amavam os imperadores e eles por sua vez amavam o povo. E todos viviam felizes.

A imperatriz era a mulher mais formosa. Quando o imperador soube que a imperatriz ficou grávida ficou muito mais feliz. Imagine, ter um herdeiro. Nós, os humildes, nos alegramos com a vinda de uma criança, imagine a alegria do casal de imperadores. E a novidade foi se espalhando pelo império até chegar aos confins dos quatro cantos do infinito. O povo todo se regojizava com a chegada de um príncipe.

E o tempo foi passando....passando....até que um belo dia nasceu a criança. Um menino, um príncipe. E como era lindo ! Parece que a legria se derramou sobre todos. E as comemorações e as festas pareciam não acabar nunca. E a criança foi crescendo, crescendo, mas os pais achavam que algo estava errado. O menino não sorria. O rostinho sempre com semblante triste. Apesar que recebia tudo que havia de bom e melhor. Mesmo assim continuava triste.

No início, os pais, achavam que talvez fosse a idade, que ia passar, mas infelizmente não só não passava, a criança começava parecer deprimida. Deixava até de comer direitinho.
Os pais, já preocupados, pediram conselho aos médicos, educadores e a outras pessoas sábias, sem contudo receber um conselho que fizesse sorrir o pequeno e amado príncipe.

E a notícia foi se espalhando pelo império chegando até os confins dos quatro cantos do infinito. Um dia, um dos sábios que morava recluso no alto de uma montanha, aconselhou o imperador para que lançasse um apelo em todo o império. O apelo dizia: “ A este súdito que conseguir fazer a criança sorrir, o imperador o recompensará com tudo que desejar “. O imperador aprovou a idéia e um decreto foi emitido.

Começaram a se formar filas na frente do palácio imperial. Eram pessoas com as mais variadas idéias de brinquedos e de brincadeiras. Apareceram malabaristas, prestidigitadores, palhaços, acrobatas, mímicos, domadores de leões, enfim, um monte de gente. É verdade que o que realmente atraía essa gente toda era a recompensa, mas também queriam ver o príncipe sorrir como qualquer criança.

Nenhum conseguiu um sorriso na face da criança. Sentia-se o desânimo crescer no palácio imperial. Imaginem a tristeza dos pais. Ver seu único filho sem ver um sinal de sorriso na face da criança. Já descrentes, não deram muita atenção ao último pretendente.

Ele explicou ao imperador que para fazer o que pretendia precisava de muito espaço, mas muito espaço mesmo. O imperador, já desanimado, atendeu ao pedido mandando expandir um dos quatro cantos do infinito. O pretendente achou suficiente o espaço e começou a sua criação.

A criança observava com o canto dos olhos o que estava sendo feito. O pretendende começou a jogar um monte de bolinhas neste espaço imenso. Umas eram maiores, outras eram menores, umas brilhavam, outras eram sem brilho e outras ainda tinham uns anéis girando em volta. Outras eram tão escuras, mas tão escuras que não era possível enxergá-las. Enquanto ele armava o brinquedo ficava sempre atento ao rosto do príncipe. Queria ver alguma reação. E ele continuava jogar mais bolinhas incandescentes e outras mais frias que giravam em torno da mais luminosa. Jogava estrelas cadentes, cometas com suas caudas lindas.O rostinha da criança parecia mais interessado. Já não olhava pelos cantos dos olhos. Tinha virado a cabecinha para ver melhor o que o fazedor de brinquedos fazia.
Finalmente, escolheu à esmo uma das bolinhas que girava em torno de uma bola bem maior e flamejante, e começou a molda-la. Foi separando as águas e a terra, fez montanhas e morros, vales verdejantes e rios, um céu lindo com nuvens, envolveu a bolinha com uma camada de ar, criou vulcões na terra e no mar, criou o vento, chuvas e neve, calor e frio. Parecia uma coisa linda esta bolinha. O rosto da criança começou a se modificar. Ainda sem sorriso, mas interessada.

O pretendente fez uma última tentativa. Jogou um monte de criaturinhas nas águas, na terra e no ar. As criaturinhas nadavam, corriam e voavam, cada um cumprindo seu destino. E começaram a se multiplicar. No rostinho da criança podia-se vislumbrar um leve sorriso. O fazedor de brinquedos sentiu que a felicidade de conseguir seu intento estava próximo.

Pensou, pensou, e teve a feliz idéia de criar uma criaturinha diferente das outras. Esta criaturinha podia pensar, amar, procriar, e o mais importante, se sentir dona de todas as outras criaturinhas. O rostinho da criança parecia iluminado.

Vou finalizar este conto. O tal fazedor de brinquedos, querendo se superar, fez com que as criaturinhas pensantes se odiassem e se matassem. A criança passou do sorriso para risso, um riso alto. Quando as lutas entre as criaturinhas pensantes eram muito sangrentas e muitos morriam, a criança , começou a dar gargalhadas. E as garaglhadas chegaram a ser ouvidas até os quatro cantos do infinito. E até hoje, a criança é alegre e dá gargalhadas, e nós, criaturinhas pensantes e guerreiras sofremos com a alegria da criança.
E no império voltou a reinar a alegria e todos viveram felizes até o fim dos tempos.

Autor: Dow Friedman, judeu sobrevivente do Holocausto

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