Tel Aviv viu intensos confrontos entre a polícia e manifestantes durante a noite de domingo, quando um comício em apoio da comunidade etíope contra a brutalidade policial e o racismo tornou-se violenta, transformando o centro da cidade em uma verdadeira zona de guerra.
Pelo menos 41 pessoas ficaram feridas no tumulto onde manifestantes arremessaram pedras na polícia e agentes responderam com granadas de efeito moral e canhões de água. Vários manifestantes também foram presos e a polícia prometeu reprimir novos protestos não autorizados.
O protesto começou no final da tarde de ontem, quando milhares de pessoas, muitas delas por parte da comunidade dos israelenses etíopes, bloqueou a estrada Ayalon e outras das principais vias de Tel Aviv. Mais tarde, o movimento mudou-se para a Praça Rabin, que se tornaria a cena de horas de batalhas entre manifestantes e a polícia.
O protesto que seguiu a um semelhante em Jerusalém, na quinta-feira, foi concebido para manifestar que os membros da comunidade etíope reivindicam o fim do “racismo”, e foi provocado por um vídeo mostrando uma agressão policial a um membro da comunidade etíope.
A manifestação, inicialmente pacífica, tornou-se um tumulto cada vez mais caótico, com alguns manifestantes atirando fogos de artifício, pedras e garrafas contra a polícia, bem como iniciando pequenos incêndios. A polícia revidou com bombas de gás lacrimogêneo, granadas de efeito moral e dois caminhões com canhão de água móvel chegaram para dispersar a multidão que mantiveram uma batalha de rua até tarde da noite. Pelo menos 23 policiais ficaram feridos nos confrontos, e pelo menos três pessoas foram presas, de acordo com relatos da mídia. Dezenas de manifestantes foram feridos.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu conferenciou com o ministro da Segurança Pública Yitzhak Aharonovitch sobre os acontecimentos. Netanyahu pediu calma e restauração da ordem e prometeu rever as questões levantadas pelos membros da comunidade etíope sobre sua posição na sociedade israelense. "Todas as reclamações serão vistas por nós, mas não há lugar para a violência e esses distúrbios", disse Netanyahu.
O porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, disse que cerca de 3.000 pessoas participaram no protesto de domingo. Dezenas de israelenses não etíopes também aderiram ao comício de domingo, cantando e segurando cartazes dizendo: "Um policial violento deve ser colocado na prisão" e "Exigimos direitos iguais".