Especialista em estudo do antissemitismo, o professor israelense Robert Wistrich, morre de ataque cardíaco
O professor israelense Robert S. Wistrich morreu, aos 70 anos, de ataque cardíaco em Roma, na terça-feira, 19/5, a caminho de abordar o assunto da ascensão do novo antissemitismo na Europa no Senado italiano. A academia israelense lamentou a perda do professor Wistrich, cuja morte foi anunciada em um hospital de Roma.
O Jornal italiano La Stampa informou que o professor Wistrich estava em Roma a convite da Università di Roma e que tinha um discurso agendado para fazer antes de uma discussão do Senado italiano intitulado "O caso francês – ou a nova fenomenologia do antissemitismo europeu."
O professor Wistrich foi um estudioso da história do antissemitismo, professor de história europeia e judaica na Universidade Hebraica de Jerusalém e o chefe do Centro de Internacional Vidal Sassoon para o estudo do antissemitismo. Tanto academicamente quanto pessoalmente, ele era uma figura pública notável e líder na luta contra todas as faces do antissemitismo no mundo, e especialmente na Europa.
O professor lecionou em universidades e congressos internacionais, incluindo palestras sobre os perigos do antissemitismo contemporâneo e islâmico de hoje, antes que governos e estabelecimentos globais o fizessem.
Entre suas realizações notáveis, ele participou na Comissão Internacional de História Católico-Judaica no exame do registro do tempo de guerra do Papa Pio XII durante o Holocausto, e consultou várias organizações públicas e privadas, que combatem ao antissemitismo.
No ano passado, Wistrich foi curador de uma exposição intitulada “Os 3.500 anos de relação do povo judeu com a terra de Israel," que estava programada para ser exibida na sede da UNESCO em Paris, mas foi cancelada devido à pressão de nações islâmicas.
"Além de ser um investigador chave do antissemitismo, antigo e novo, Robert foi muito ativo na arena pública em expor o antissemitismo de hoje e falar contra ele antes dos parlamentos, ONGs e organizações internacionais," disse seu colega do Instituto de Judaísmo Contemporâneo da Universidade Hebraica, Samuel Barnai.
"Eu estou profundamente triste com a perda de um professor tão querido, do qual tive aulas quando ele foi o primeiro em Israel, cuja integração ajudei a facilitar, e cuja carreira tenho seguido desde então," disse o Prof Menahem Ben-Sasson, presidente da Universidade Hebraica.
Seu funeral foi realizado nesta quinta-feira, 21/5, em Jerusalém, com a presença de amigos, familiares e uma multidão de estudantes, juntamente com figuras acadêmicas notáveis de Israel e do exterior.
Fonte: Tazpit Brasil
Texto: Michael Zeff / Tradução: Bruno Scala