
Após semanas de negociações com os partidos que obtiveram representação no parlamento israelense (Knesset) nas últimas eleições gerais de 17 de março, Netanyahu conseguiu garantir o apoio das duas primeiras forças políticas que pavimentarão o caminho para seu Executivo.
O primeiro a estender a mão foram os ultra-ortodoxos de Judaísmo Unido da Torá (JUT), que oferecerão o apoio de suas seis cadeiras na câmara em troca de que seu presidente, Yaakok Litzman, seja vice-ministro de Saúde, enquanto os outros líderes da coalizão se transformarão em vice-ministro de Educação e presidente da Comissão Financeira da Knesset.
Além disso, Netanyahu se comprometeu a congelar uma série de reformas empreendidas pelo anterior Executivo sobre recortes econômicos entre a comunidade ultra-ortodoxa, modificar as reformas nas leis de conversão e na lei de alistamento universal, que pela primeira vez forçava os haredim (ultra-ortodoxos) a entrar no Exército, medida que causou uma rejeição em massa entre os clericais.
Depois deste anúncio, o site do "Yedioth Ahronoth" informou hoje sobre a segunda aliança assegurada para o líder do Likud, com o Kulanu, de Moshé Kahlon, que lhe proporcionam outros 10 cadeiras.
Somadas as 6 cadeiras do Judaísmo Unido da Torá e as 30 que o Likud conseguiu no pleito, Netanayahu fica a 15 cadeiras de constituir o governo.
Como apontavam os rumores, Kahlon ficará responsável pela pasta de Finanças, enquanto seu partido será o encarregado de tramitar os ministérios de Habitação e Construção, e Meio ambiente.
A formação centrista presidirá também o Comitê de Trabalho e Assuntos Sociais, além de receber o controle da Administração de e Terras de Israel e a disputada Comissão Nacional de Planejamento, demandada pelos religiosos do Shas e que tinha bloqueado o pacto com Kahlon até agora.
Em 20 de abril, o chefe do Estado israelense, Reuven Rivlin, concedeu a Netanyahu uma prorrogação de duas semanas para completar a formação de seu próximo Executivo, que foi atrasado pelos obstáculos e exigências nas negociações com os partidos.
Ficam pendentes os possíveis acordos com alguns das formações com representação parlamentar, entre eles, os direitistas de Lar Judaico, do dirigente Naftali Bennett, e Israel Nosso lar, do atual chanceler, Avigdor Lieberman, e os ultra-ortodoxos Shas.