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Meu Saba

Meu Saba
Estreia nacionalmente nesta sexta-feira (3) a peça “Meu Saba”, que traz novamente para os palcos do 24º. Festival de Teatro de Curitiba o tema da guerra entre árabes e judeus na região da Palestina. Há uma semana, o público do Festival assistiu a outra estreia nacional – “Post Scriptum” –, que abordou essa temática a partir da influência dos conflitos em Israel na vida de uma família brasileira de origem árabe. Agora, Meu Saba fala sobre a mesma guerra, mas sob a visão de Noa Ben Artzi-Pelossof, neta do o ex-primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin. Apesar de lados opostos, os dois espetáculos trazem a mesma mensagem: a paz.

“Se Israel não enfrentar a sua paranoia e não arriscar a ter o Estado da Palestina ao seu lado, viverá sempre sob risco”. É assim que Daniel Herz, diretor de Meu Sabá, avalia o atual conflito entre judeus e árabes. De origem judaica, Herz disse que “é constrangedor para o povo judeu, que sempre teve seu lugar de vítima na história da humanidade, passar para o papel de opressor”. Para ele, não existe outro caminho para Israel que não o da paz.
Esse também é o pensamento da atriz Clarissa Kahane, que sustenta uma hora e sete minutos do monólogo Meu Saba, no papel de Noa. “Árabes e judeus viviam em paz até 1948, quando foi criado reconhecido o Estado de Israel”, enfatiza. Ela destaca dois trechos do espetáculo para reforçar isso. O primeiro, que lembra que os dois povos têm o mesmo Deus, que para árabes é Alah e para judeus é Elohim, e uma frase de Yitzhak Rabin que prega o diálogo: “A paz é negociada com os inimigos e não com os amigos”. Também de origem judaica, Clarissa defende que Israel deve abrir mão do território da Palestina em favor da paz.
O espetáculo “Meu Saba” é uma adaptação livre do livro Meu Saba – Em Nome da Dor e da Esperança, escrito por Noa Ben Artzi-Pelossof um ano após o assassinato do seu avô. Yitzhak Rabin foi morto em 1995, no exercício do cargo de primeiro ministro de Israel, durante uma manifestação pela paz, pelo direitista radical israelense Yigal Amir, contrário aos movimentos de Rabin em direção a um acordo de paz.
A adaptação foi feita a seis mãos, por Daniel Herz, Clarissa Kahane e Evelyn Dizitzer. A ideia do espetáculo é de Clarissa. “Quando o Rabin foi assassinado, eu tinha dez anos e eu ainda me lembro daquele dia. Sete anos depois, minha avó me deu o livro da Noa. Naquele instante nasceu a ideia de transformar aquela história num espetáculo”, conta a atriz. Mas o projeto de Meu Saba começou a ganhar formas há dois anos e os ensaios da peça foram iniciados dia 12 de janeiro deste ano.
Noa Artzi-Pelossof ainda não leu a adaptação do seu livro, mas está acompanhando o projeto há um ano. Ela tem trocado mensagens com a produção do espetáculo e disse estar emocionada com a iniciativa, pois a peça marca os 20 anos do assassinato de seu avô.
Além de mostrar de forma profunda a relação de amor entre Noa e seu avô (ela foi criada por ele), o espetáculo apresenta vários momentos históricos da vida de Yitzhak Rabin e os conflitos em Israel, desde 1948.
Após a estreia dessa sexta e das duas apresentações no Festival de Teatro de Curitiba, o espetáculo vai para os palcos cariocas, ainda em abril, e segue para São Paulo, em junho. Em agosto, Meu Saba deverá participar do Festival Internacional de Edimburgo.
SERVIÇO:
Meu Saba
Dias 3 e 4 de abril
Teatro Sesc da Esquina

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