Ao entardecer do próximo dia 3 de abril, cerca de 120 mil judeus em todo o Brasil darão início às comemorações do Pessach, a Páscoa Judaica, celebração que marca a libertação do povo judeu da escravidão no Egito (ocorrida por volta de 1300 A.E.C.).
“Pessach é uma festa que trata da liberdade física e espiritual do ser humano”, afirma Fernando Lottenberg, presidente da Conib, a Confederação Israelita do Brasil. “Por isso, mesmo recordando-nos de eventos distantes no tempo, a celebração é sempre atual, pois reúne as famílias judaicas em torno dos valores da liberdade e da autodeterminação”, completa.
Nossos sábios ensinam que, a cada dia, devemos nos sentir como se tivéssemos acabado de ser libertados do Egito. A consciência da escravidão no passado molda o espírito judaico no presente e forja a diferença entre aqueles que se submetem a um destino pré-estabelecido e aqueles que buscam construir sua própria história.
Quando os judeus sentam-se à mesa do seder [jantar cerimonial] e leem a história de Pessach, como nossos antepassados fazem há séculos, recontam o êxodo do Egito com ênfase especial nas crianças, para que elas compreendam desde cedo a importância da liberdade e também dos valores da liderança, personificada na figura de Moisés.
Sair da escravidão e aprender a viver em liberdade não foram tarefas simples, como relembramos nessa noite. E é necessário lembrar.
Em artigo nesta semana no “New York Times”, a escritora Jennifer Weiner brinca com a ideia de que ela se sentiu adulta de fato, pela primeira vez, quando começou a organizar o jantar de Pessach de sua família.
Além de seu aspecto religioso, esses jantares cumprem também papel relevante na vida familiar e social. Organizá-los é fonte de orgulho e de respeito.
Neste ano, o Pessach e a Semana Santa caem na mesma semana, o que ajuda a unir judeus e cristãos num momento espiritual importante do calendário.
E é nesse espírito de celebração da liberdade e de confraternização entre os povos que desejamos Chag Pessach Sameach e Boa Páscoa a todos.