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IDF protege crianças palestinas

IDF protege crianças palestinas
Alunos palestinos são escoltados por Exército de Israel para evitar agressões.

Todos os dias, Alain Zain, 16, é escoltado pelo Exército israelense para ir à escola. Tudo começou em 2002, quando ele e outros alunos palestinos da região de Hebron, na Cisjordânia, começaram a ser agredidos por colonos israelenses a caminho do colégio.
"Eles jogam pedras, atacam com paus, gritam para assustar as crianças", conta Alain. Ele vive na pequena vila de Tuba, de menos de cem habitantes, em uma área rural a 15 km ao sul de Hebron.
A escolta começou em novembro de 2004, quando um ataque de colonos judeus feriu dois ativistas internacionais que atuavam na região. Depois do incidente, o Parlamento israelense determinou que soldados acompanhassem os alunos diariamente.

Hoje, Zain e outras 11 crianças, de 6 a 17 anos, são escoltados todos os dias.

Seguidos por um jipe do Exército, eles percorrem cerca de 2,5 quilômetros de suas casas até a escola, no vilarejo de At Tuwani.

No trajeto, passam pelo assentamento israelense de Ma'on, de onde vem grande parte das agressões.

"Antes, éramos atacados todos os dias", conta Zain. "Hoje, eles [os soldados] tentam nos proteger, mas às vezes não conseguem." Ele diz nunca ter se machucado seriamente, mas colegas dele já foram internados.

Em abril de 2014, seis crianças foram atacadas enquanto retornavam da escola para casa. Uma delas, uma menina de sete anos, foi hospitalizada e levou cinco pontos na cabeça. Ela fugia de dois colonos israelenses que a atacavam com pedras.

Editoria de Arte/Folhapress

A região das colinas ao sul de Hebron, na Cisjordânia, é uma das áreas palestinas sob controle militar israelense. Lá vivem cerca de 1.500 pessoas.

Além da escolta, as crianças são acompanhadas por um grupo internacional, o Operation Dove ("Operação Pomba"). Atualmente, três voluntários italianos vivem na vila de At Tuwani.

"Já presenciamos ataques com paus, correntes, cães", conta um deles, Fadi, 31.

Segundo o relatório mais recente da organização, 24 agressões foram registradas entre 2011 e 2013.

Entre elas, ataques com pedras e motoristas que jogaram seus carros contra as crianças, ameaçando-as.

A organização também se queixa de atrasos e faltas por parte da escolta militar.

No ano letivo de 2013/2014, os soldados não completaram o trajeto com os alunos em 96% dos dias letivos. Em 30% deles, chegaram atrasados de manhã. "Às vezes o Exército não vem, ou não os acompanha até o fim. Aí é que acontecem as piores agressões", conta Fadi.

Apesar dos problemas, a organização reconhece a importância da escolta.

Fadi prefere não divulgar seu nome completo. "Nos últimos dois anos, perdemos seis voluntários que foram barrados no aeroporto, pela polícia de fronteira, e não puderam entrar. Prefiro manter discrição", afirma o italiano.

Essa é sua quarta vez trabalhando na região, sempre em períodos de três meses, que é o tempo máximo do visto de turista.

Zain vai concluir o ensino médio no ano que vem. "Já pensei em desistir várias vezes. Tinha medo de ir à escola. Mas hoje estou determinado a terminar", afirma.

DECISÃO JUDICIAL

De acordo com a Força de Defesa Israelense, o Exército realiza a escolta de alunos de At Tuwani em cumprimento a uma determinação da Suprema Corte de Israel.

Segundo o órgão, "em raros casos, atrasos por parte dos soldados podem ocorrer", devido a "restrições operacionais".

"No passado sei que houve episódios, mas hoje não tenho conhecimento de ataques a crianças", diz Aryel Tsion, 48, morador do assentamento israelense de Susya, a seis quilômetros de At Tuwani, onde trabalha como guia no centro de estudos judaicos Shalom Center. 

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