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Embaixador de Israel prevê desafios para o novo governo do país

Do embaixador de Israel no Brasil

Reda Mansour, ao Correio Brasiliense:

“Israel tem pela frente desafios muito grandes; ele precisa lutar diariamente pela sobrevivência — não são muitos países no mundo que precisem ter uma atenção tão grande com a defesa. Ao mesmo tempo, conseguiu atingir um nível de vida muito alto, com PIB per capita acima de US$ 30 mil, é um dos 20 países mais avançados, com sistemas públicos muito sólidos de saúde e educação”.

“Até cinco anos atrás, antes da chamada Primavera Árabe e dessa grande instabilidade no Oriente Médio, a questão Palestina era a mais importante para todos. Agora, temos problemas maiores para resolver. No passado, falávamos sobre refugiados palestinos. Hoje, falamos muito mais sobre refugiados da Síria e do Iraque: são milhões de pessoas. 

Como muita gente em Israel, eu penso que o tema central desse conflito é a confiança necessária para estabelecer dois países em um território tão pequeno — do tamanho do menor estado brasileiro, com população equivalente à de um bairro de São Paulo. Os israelenses precisam ter segurança de que os palestinos não vão, no dia seguinte, fazer acordos com o Irã e o Iraque. 

No passado, eles apoiaram muitas ditaduras do Oriente Médio. O dado positivo é que, hoje, em qualquer pesquisa de opinião, entre israelenses ou palestinos, 60% ou até 70% respondem que a solução de dois Estados é a única possível”.

“Como enfatizamos muito a identidade de Estado judeu, talvez muita gente pense que todos os israelenses são judeus, mas temos no país uma minoria árabe muito importante: ela soma 20% da população. Normalmente, um país considera importante uma minoria superior a 3%. 

A maioria dos árabes-israelenses é muçulmana, mas temos também cristãos, que se dividem entre católicos, ortodoxos, evangélicos… Os muçulmanos também têm variedade: os beduínos, no sul, têm costumes muito distintos das comunidades árabes do norte. Essa situação é muito complicada e delicada para nós. Trata-se de uma minoria que pertence a uma nação (árabe) de 300 milhões, em que a maioria é contra Israel. 

Ao mesmo tempo, somos um país democrático, e todos são cidadãos israelenses, desfrutam do nível de vida mais elevado do Oriente Médio. Mas quando temos um período de tensão com os países árabes, sentimos essa tensão dentro da sociedade israelense”.

“A integração dos árabes na sociedade israelense é muito variada. Os druzos, a comunidade à qual pertenço, são muito integrados, prestam o serviço militar obrigatório de três anos — por isso, temos muitos oficiais druzos, inclusive generais. Temos também embaixadores, ministros, parlamentares: atualmente são 12 ou 13, em um total de 120. Este ano, pela primeira vez, todos os partidos árabes disputaram a eleição com chapa única, e se tornaram a terceira força da Knesset. É algo novo em Israel, muito impressionante”.

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