Omar Abdel Hamid El-Hussein, de vinte e dois anos, e de nacionalidade dinamarquesa e origem magrebina, terá tido ajuda para levar a cabo os atentados em Copenhaga. Um vídeo amador mostra os minutos que se seguiram ao primeiro ataque, onde foram feitos cerca de quarenta disparos. O alvo foi um centro cultural, que, na altura era palco de uma conferência sobre arte, blasfémia e liberdade de expressão.
Um realizador de cinema que assistia ao colóquio foi morto e dois seguranças particulares e um agente da polícia ficaram gravemente feridos. Entre os participantes contava-se o embaixador de França em Copenhaga e o cartoonista sueco Lars Vilks, que a polícia acredita ter sido o principal alvo do atentado.
Vilks tem a cabeça a prémio por ter feito, há anos, uma exposição de caricaturas de Maomé. O atual líder do Estado Islâmico ofereceu uma recompensa a quem o degolar, isto depois destas caricaturas terem sido publicadas em 2005 pelo jornal Jyllands-Posten, o primeiro a ser alvo de fúria dos extremistas. No sábado, Vilks foi de imediato protegido pelos seguranças quando se ouviram os tiros na cafetaria.
Horas depois, e com uma intensa caça ao homem a decorrer, o suspeito voltou a atacar. A polícia não apurou ainda se Omar tentou reproduzir os ataques em França, mas depois de o alvo ser a liberdade de expressão encarnada pelo cartoonista, seguiu-se a mais importante sinagoga da capital dinamarquesa. Matou um homem à queima-roupa e feriu mais dois agentes. O suspeito, abatido pela polícia, depois de matar duas pessoas e ferir cinco, tinha sido libertado da prisão há duas semanas por ofensas corporais. Tinha um historial de violência ligado a gangues. As autoridades tentam estabelecer se Omar tinha mais cúmplices, para além do que já foram detidos.
A comunidade judaica em Copenhaga está em estado de choque. Depois do convite aos judeus franceses, o governo Israelita estendeu a protecção aos judeus dinamarqueses. A chefe do governo da Dinamarca apela a que não emigrem, dizendo que a comunidade judaica pertence à Dinamarca.