Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
Há 70 anos, as tropas do exército vermelho descobriram o campo de concentração e extermínio nazista alemão de Auschwitz-Birkenau. Libertaram milhares de prisioneiros sem forças. Mais de 1.100.000 pessoas já tinham morrido, quase 1 milhão de judeus, além de poloneses, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e outros presos, deportados de toda a Europa.
Em
nome de uma ideologia racista, cujo ódio aos judeus
era o elemento central, milhões de pessoas de todas
as idades e todas
as condições foram assassinadas em escala
continental. Auschwitz-Birkenau, ao lado de Belzec, Chelmno,
Majdanek, Sobibor
e Treblinka, foi o coração dessa indústria do crime
que custou a vida de cerca de 6 milhões de judeus. Este
colapso dos valores e dos
direitos humanos não é a história de um povo ou uma
única região: esta é a nossa história. A
transmissão desta história lança luz sobre
os mecanismos da exclusão e da violência
que encontramos, em várias formas, hoje em
algumas partes do mundo.
Ela nos lembra que o fanatismo se aplica a ambos, a
destruição física das pessoas e a obliteração de sua cultura,
de sua herança. Ela nos força a
abrir nossos olhos para a realidade
do antissemitismo hoje e a
combatê-lo implacavelmente.
A UNESCO foi criada há 70 anos, no rescaldo do Holocausto, especificamente para evitar o retorno da loucura criminosa dos nazistas e seus colaboradores, com os recursos da educação e cultura, pelo fortalecimento moral e intelectual da solidariedade dos povos, como garantia dos princípios de dignidade humana e igualdade de todos os seres humanos. O "Dia Internacional" traz luz aos princípios essenciais que fundamentam nossas ações e à atual necessidade absoluta de reforçá-los. O ensino da história do Holocausto é um dos pilares dessa luta, o que exige total compromisso por parte de professores, mídia e de todos os atores sociais. Isso deve nos ajudar a evitar futuros genocídios.
Isso deve habilitar os jovens a se proteger contra os discursos que transmitem o ódio, o racismo e o antissemitismo, e a não serem enganados pelos muitos disfarces que assumem hoje. Este trabalho envolve responder ponto por ponto aos negacionistas do Holocausto ou a relativização dos crimes cometidos contra os judeus, que procuram justificar e perpetuar o ódio que foi a causa do genocídio. Setenta anos depois de Auschwitz, esta luta é sempre atual, porque o racismo e o antissemitismo continuam a matar homens e mulheres, contando com a ignorância e o preconceito.
Os
sobreviventes que honramos este ano transmitem
uma mensagem de vigilância, que
precisamos ouvir e implementar,
e é em nome desta herança que eu conclamo a todos
os Estados-Membros, para ensinar a história
do Holocausto na escola, para tornar
prioridade educacional a prevenção do genocídio
e de crimes em massa. Contra o fanatismo que
matou no passado e continua
a matando nos dias de hoje, eu chamo todos a
reafirmar, mais do que nunca, o Credo que norteou a
fundação da UNESCO:
“as guerras começam na mente dos homens, é
na mente dos homens que devem ser
construídas as defesas da paz”.