A imagem dos trilhos que chegavam ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau atravessou a segunda metade do século XX como símbolo da barbárie. Num século pródigo em violência, o processo de extermínio em larga escala, que os nazistas desenvolveram para a Solução Final, se afirmou como uma ferida que não cicatriza.
No dia 27 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho chega ao campo, libertando os esquálidos sobreviventes. O mesmo Exército que, depois da heroica resistência em Stalingrado, iniciou a contraofensiva que culminaria na derrocada do 3º Reich. Cerca de 1,5 milhão de prisioneiros, 90% deles judeus, haviam sido sistematicamente liquidados, a maioria nos fornos crematórios do campo.
A ONU instituiu o dia 27 de janeiro como Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A libertação do campo completa 70 anos. Sete décadas depois da falência do nazismo, o mundo continua convivendo com formas extremadas de violência, armada ou não. Os fundamentalismos religiosos alistam fanáticos numa longa cadeia de submissão, segregação e morte. Crises econômicas, articuladas com sentimentos xenófobos, fortalecem movimentos e partidos de extrema-direita. A lógica da guerra robustece a reprodução do capital e garante a supremacia dos ricos. Milhões de pessoas morrem por falta de alimento e de condições elementares de higiene e saúde. De uma forma peculiar, disseminada pelo planeta, as portas dos campos de extermínio continuam abertas.
Não aceitamos este “destino manifesto”. O homem cria sua própria história e tem condições de reverter este quadro sombrio. Na direção de uma sociedade mais solidária, sem exploradores e explorados. Esta luta será a melhor forma de reverenciar a memória dos que foram chacinados pelo nacional-socialismo.
Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2015
ASA – Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação (Rio de Janeiro)
Centro Cultural Mordechai Anilevitch (Rio de Janeiro)
Hashomer Hatzair (Rio de Janeiro)
Grupo Jovem Tikun (Rio de Janeiro)
Casa do Povo (São Paulo)
Clube de Cultura (Rio Grande do Sul)
Meretz Brasil
ICUF – Ídisher Cultur Farband (Federação das Entidades Culturais Judaicas da Argentina)
Convergência por um Judaísmo Humanista e Pluralista (Argentina)
Associação Cultural Israelita de Córdoba (Argentina)
Associação Cultural Israelita de Tucuman (Argentina)
Associação Cultural Israelita I. L. Peretz de Santa Fé (Argentina)
Centro Cultural Israelita de Rosário (Argentina)
Centro Cultural Israelita de Mendoza (Argentina)
Centro Cultural Israelita I. L. Peretz de Lanus (Argentina)
Sholem Buenos Aires (Argentina)
Teatro IFT – Ídisher Folks Teater (Argentina)
Coro Guebirtig (Argentina)
Amos (Argentina)
Hadash – Frente Democrática pela Paz e pela Igualdade (Israel)
Centro Progressista Judaico – Meretz Chile
ACIZ – Associação Cultural Israelita dr. Chaim Zhitlovsky (Uruguai)