Estamos com as luzes acesas...
Nós estávamos juntos – você e eu – naquela madrugada fria de um dia distante em que Deus deu a Torá aos israelitas no deserto do Sinai.
Foi dada, assim disse Moisés, àqueles que estavam lá e aos que ainda não haviam nascido – inclusive os descendentes das famílias que ouviram a própria “voz” de Deus trovejando do alto deste monte, mas se perderam com o tempo. Milhares de anos depois, estas pessoas ouviram esta voz clara ressonando no interior de seus corações e retornaram à antiga família.
A Torá poderia ter simplesmente proclamado que os escravos exaustos, que haviam sido libertados havia apenas três meses, incluía somente aqueles que eram judeus. Afinal, os judeus tinham acabado de sair do longo processo de conversão após viver durante várias gerações no solo egípcio – a circuncisão fora feita durante o Êxodo do Egito; a imersão, no Sinai; a aceitação das Mitsvót, entusiasticamente abraçada quando receberam a Torá. Somente eles e seus descendentes eram o povo escolhido, os judeus. Ninguém mais precisava se candidatar.
Mas a Torá insistiu que não era assim. Os convertidos, em qualquer geração futura, em qualquer cidade do mundo, não eram judeus “novos”, mas sim judeus “antigos”; na verdade, eles estavam presentes no nascimento da religião, quando a Torá foi dada, tendo compartilhado do acontecimento mais sagrado e significativo em toda a história da humanidade. Eles são judeus natos – nem mais, nem menos. Ao tornar esta ousada declaração uma lei da vida diária, os mestres judeus renovaram a ordem de que os judeus devem amar o convertido, assim como são obrigados a amar seus vizinhos.
A diferença, hoje em dia, entre os judeus natos e os judeus por opção é que os judeus natos são filhos de ancestrais que se converteram há séculos, e os judeus por opção se converteram apenas no dia anterior. Daqui a alguns anos, estes novos netos judeus olharão para trás, para os seus ancestrais que se converteram ao judaísmo. Se nós não somos convertidos, somos descendentes de convertidos que se comprometeram com uma vida judaica, de amar a Deus, aos outros judeus e à humanidade. “Aqueles que estiveram diante do Sinai” é uma frase que compreende tanto aqueles que nasceram de ancestrais judeus, todos os quais se conver-teram no Sinai, aqueles cujos ancestrais heroicamente se converteram naquela ocasião e aqueles que estão se convertendo hoje e amanhã.
Quando o Eterno fez Sua Revelação no dia 6 de Sivan, no deserto do Sinai, houve alguns que não quiseram ficar perto da montanha; outros “desapareceram” na “multidão misturada”. Em tempos de dificuldades, desde aqueles dias, muitos dos descendentes das antiga famílias se dividiram para encontrar uma vida mais fácil, uma existência sem ameaças, vidas melhores, costumes universais mais atraentes, assimilação à massa humana indiferenciada em que eles podiam se esconder e permanecer assim, sob o manto protetor da anonimidade.
Agora, vocês, os seus descendentes, retornaram.
Bem-vindos de volta, bem-vindos ao lar.
Sabíamos que vocês voltariam!
Extraído do livro Bem-Vindo ao Judaísmo, de Maurice Lamm
Clique aqui ou na capa do livro para mais informações.
Bem-vindos de volta, bem-vindos ao lar.
Sabíamos que vocês voltariam!
Extraído do livro Bem-Vindo ao Judaísmo, de Maurice Lamm
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