A Rede de Judiarias de Portugal, com sede em Belmonte, vai promover em Amesterdão uma homenagem aos judeus portugueses na Holanda: Será plantada uma oliveira no Beth Haim - Portuguese Jewish Cemetery.
O secretário-geral da instituição, Jorge Patrão, explicou que integram a comitiva portuguesa 12 pessoas, entre os quais presidentes de câmaras municipais, representantes das comunidades judaicas de Lisboa e Belmonte e responsáveis do Cátedra de Estudos Sefarditas – Alberto Benveniste e da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. “Vamos estar na Holanda entre hoje e domingo e o objetivo desta viagem é assinalarmos os 400 anos da fundação do cemitério judaico português em Amesterdão, homenageando todos os que no perÃodo da inquisição tiveram de fugir de Portugal e ali se refugiaram”, especificou.
Jorge Patrão referiu que a decisão de fazer esta homenagem também está relacionada com o facto de “milhares de portugueses” terem sido sepultados naquele espaço, classificado como património protegido no World Monuments Fund e monumento nacional daquele paÃs.
Os túmulos do albicastrense Elias Montalto (médico da rainha de França, Maria de Medici), de Menasseh Ben Israel (conhecido rabino amigo do pintor Rembrandt), de Ephraim Bueno, médico nascido em Castelo Rodrigo, ou dos pais do filósofo Spinoza são alguns dos exemplos mencionados pela RJP.
Do programa português, constam ainda a receção da comitiva portuguesa numa cerimónia oficial a realizar na câmara municipal da capital daquele paÃs, a realização de uma reunião com a direção da Sinagoga Portuguesa de Amesterdão, bem como a visita a este espaço, que é “um dos mais simbólicos edifÃcios judaicos do mundo, um sÃmbolo da diáspora judaico portuguesa e da história Sefardita”, frisou o responsável. Está também previsto um encontro com os responsáveis pela Livraria Montezinos Ets Haim, uma biblioteca que é monumento nacional e está classificada como Património da Humanidade.
O objetivo é criar “sinergias com as entidades holandesas e destacar o enorme papel e contributo que os portugueses tiveram a nÃvel da histórica judaica, não só naquele paÃs como a nÃvel mundial”, sublinhou. A ação poderá também ter efeitos em termos do desenvolvimento do turismo judaico em Portugal, subsetor do turismo que tem crescido a nÃvel nacional, como lembrou Jorge Patrão.