
Ele, que já havia praticado jiu-jítsu no Brasil, passou a treinar em seu novo país e, hoje, representa ali a Academia Gracie Humaitá, da popular variante brasileira da modalidade (saiba mais: acesse aqui).
Gorinstein faz parte de uma linha que busca atenuar essa crise por meio da aproximação das duas partes, com o discurso de que, quando começarem a conversar, ambas perceberão que não são tão diferentes assim. Não à toa suas classes de jiu-jítsu, que contam com 20 alunos, são realizadas na escola bilíngue (árabe e hebraico) “Hand in Hand”, que adota um projeto pedagógico na mesma abordagem, ensinando às crianças as duas narrativas do conflito.
Gorinstein já havia apresentado a proposta a outras instituições de ensino, sem ter sido recebido com entusiasmo. A decisão de sugerir as aulas para a “Hand in Hand” veio de quando, passando por sua sede, o brasileiro leu uma faixa que dizia "nós nos recusamos a ser inimigos".
Uma vez aceito o projeto, Gorinstein demonstrou a prática em uma aula-show e distribuiu panfletos na região. Os alunos judeus vêm de toda a cidade. Os árabes, em geral de bairros próximos à escola, como Beit Safafa. "O mais importante é a possibilidade do toque, que não existe nas aulas de matemática ou de geografia", disse. "Quando você entende a sua força e a força do outro, passa a agir de outra maneira". O jiu-jítsu tem crescido em Israel a partir do sucesso do MMA.
Há diversas filiais da Academia Gracie Humaitá espalhadas pelo país. O fenômeno se repete no restante do Oriente Médio. Na Jordânia, Zaid Mirza foi recentemente incumbido pelo rei Abdullah II a treinar o exército e a polícia no jiu-jítsu brasileiro, que ele havia aprendido quando viveu no Brasil. Fonte: Diogo Bercito/Folha SP.