WASHINGTON - Os Estados Unidos expressaram preocupações nesta quarta-feira com relatos de que Israel pretende levar adiante seus planos de construção de assentamentos em Jerusalém Oriental, alertando que a medida colocaria em xeque o compromisso de Israel com a paz com o povo palestino.
A porta-voz do Departamento americano de Estado, Jen Psaki, afirmou que a manutenção dos planos de expansão dos assentamentos por parte de Israel enviaria uma "mensagem preocupante".
- Essas ações só atrairão condenações da comunidade internacional, distanciarão Israel de seus aliados mais próximos, envenenarão a atmosfera não apenas com os palestinos, mas também com os governos árabes, com quem o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou querer construir relações - afirmou Psaki. - Além disso, criará dúvidas sobre o compromisso israelense com soluções negociadas de maneira pacífica.
Netanyahu quer ações contra Irã, enquanto Obama pede mudanças em Gaza
Durante uma reunião com Barack Obama na capital americana nesta quarta-feira, Netanyahu afirmou que o presidente americano deve se assegurar que qualquer acordo nuclear com o Irã não deixe o país "no limite" da capacidade de produzir armas atômicas.
- Como você sabe, presidente, o Irã busca um acordo que derrubaria as duras sanções que nós trabalhamos tanto para colocar em prática, para ficar no limite da construção de armamentos nucleares - afirmou Netanyahu - Espero sinceramente que sua liderança não permita que isso aconteça.
Netanyahu quer acordos que façam com que Teerã perca toda sua produção nuclear, enquanto Obama afirmou estar aberto a deixar que o Irã enriqueça urânio de maneira limitada para fins civis. Segundo o presidente americano, "progressos estão sendo atingidos" na questão.
Enquanto Netanyhau se concentrou no Irã, Obama abordou o conflito em em Gaza que terminou em agosto sem um vencedor claro. O governo americano apoiou o direito de Israel de se defender dos foguetes lançados a partir do território israelense, mas criticou duramente as táticas militares israelenses que deixaram milhares de palestinos mortos.
- Temos que encontrar maneiras de garantir que cidadãos israelenses estejam a salvo de ataques com foguetes, mas também temos que evitar tragédias como a morte de crianças palestinas - declarou o presidente.
Netanyahu afirmou que "segue comprometido com a visão de paz e dois Estados para os dois povos", fundamentada em acordo que garantam a segurança de Israel. No entanto, o primeiro-ministro não ofereceu nenhum caminho de reinício das negociações com os palestinos.
Em vez disso, ele sugeriu que havia a necessidade de "pensar fora da caixa", e recrutar Estados árabes moderados para "construir um programa positivo" que promovesse a paz e a segurança na região. Lideranças palestinas rejeitaram essa abordagem, acusando Israel de tentar driblar negociações diretas com os palestinos.