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Yamit Cohen - Uma soldada pela paz

Yamit Cohen - Uma soldada pela pazNo último dia 18 de setembro, a Wizo-Rio recebeu em sua comemoração festiva de Rosh Hashaná a visita de Yamit Cohen, uma jovem soldada israelense nascida no Brasil que, tendo feito aliá com sua família há aproximadamente 20 anos, relatou um pouco de seu dia a dia como jovem, como mulher, como israelense e como soldada.

Suas palavras, vibrantes e de grande importância, foram absorvidas pelas mais de 150 pessoas presentes ao evento. Um depoimento que vale a pena compartilhar por sua relevância, por sua simplicidade e pela mensagem que nesta véspera de Rosh Hashaná merece ser lida e compartilhada:

Yamit Cohen e Lúcia Balassiano, presidente da Wizo-Rio"Sirenes...

O que vocês fariam ao ouvir essa sirene sabendo que restam 15 segundos pra vocês salvarem suas vidas? Infelizmente essa é a realidade do povo de Israel nos últimos 9 anos, desde 2005 quando Israel saiu da Faixa de Gaza e deu aos palestinos em troca da paz. Infelizmente, ao invés de aproveitar essa área e construir boas escolas, hospitais, bares e tudo que uma cidade tem direito, eles usaram os recursos para comprar armamentos e construir túneis contra Israel, o que deixou a Faixa de Gaza e seus civis muito pobres.

Vou me apresentar, meu nome é Yamit Cohen, tenho 24 anos. Nasci no Rio de Janeiro e, com 4 anos, fui morar em Tel-Aviv com minha família, agora só estou de férias no Brasil. Servi o exército por 2 anos na parte norte da fronteira com a Faixa de Gaza. Minha função no exército era trabalhar em uma sala de operação que observa toda a Faixa de Gaza através de câmeras espalhadas pela área. Quando via algum movimento errado ou estranho acontecendo, eu passava a informação para o comandante da unidade e ele tomava as decisões de acordo com que eu mostrava para ele. Não vou mentir, vi imagens difíceis que não vou esquecer nunca, ficava com medo e, como servia perto da fronteira, ouvia as sirenes com maior intensidade e maior frequência do que os demais, em todo o país. 

De tão perto estava da Faixa de Gaza que às vezes a sirene tocava depois que a bomba caia, e ai já nem adiantava mais correr para procurar abrigo, nesta hora, é só você e Deus. Os civis israelenses que moram perto da fronteira enfrentam isso quase todos os dias e, como a gente vem observando, o poder de alcance deles vem aumentando e fazendo 70% do país se esconder nos bunkers para sobreviver. Em Israel, a gente costuma dizer que nossas crianças são pequenas demais para atravessar uma rua porque é perigoso, e grandes o suficiente para saber o que fazer quando toca a sirene.

Yamit Cohen - Uma soldada pela paz

Não é porque não estamos mais nas manchetes dos jornais que podemos nos iludir que o conflito acabou. Hoje é apenas o vigésimo terceiro dia do acordo de 30 dias de cessar fogo. Aliás, há 3 dias atrás um missel foi lançado contra Israel. Assim como o Hamas, existem outros grupos terroristas radicais ameaçando a existência dos judeus, das minorias e de todos aqueles que não fazem parte do islamismo. 

Hoje se fala muito do grupo terrorista ISIS que é o Estado islâmico do Iraque e da Síria. Para mim é um grupo terrorista como qualquer outro que já conheço, mas para o mundo não, o mundo está se sentindo ameaçado pelo ISIS. E Israel continua seu trabalho de sempre, tentando impedir que eles não se espalhem mais pelo mundo. Gostaria que o mundo soubesse fazer essa relação entre os grupos terroristas e que possam ver que ISIS é igual ao Hamas, ao Hezbollah e ambos são iguais ao ISIS, e talvez assim possam entender melhor com quem Israel lida há anos.

Yamit Cohen - Uma soldada pela paz

Na verdade, não vim para dar minhas opiniões sobre a guerra nem para falar o que o governo de Israel tem que fazer. Confio no meu país e sei que seu governo vai tomar a melhor decisão possível para um futuro melhor. Mas o que é importante para mim que vocês saibam é que durante o conflito o povo se manteve unido por uma missão que é ajudar e dar o maior apoio possível aos soldados que lutam dia a dia por nós. 

Eu falo por nós porque é pelos judeus do mundo todo. Por isso acho importante manter essa união aqui também, vocês também fazem parte de tudo que está acontecendo, vocês também estão sentindo aqui o antissemitismo sendo espalhado por causa dos últimos acontecimentos e por isso vocês precisam saber que têm uma grande função nesse conflito: se unir e representar Israel da melhor forma possível. Vocês são as vozes dos soldados, dos civis que sofrem com os mísseis, do povo israelense que quer mostrar ao mundo a verdade. Vocês tem essa força e devem usá-la em todos os idiomas possíveis.

Hoje, no ano de 2014, sabemos o que aconteceu no Holocausto, o que nossas famílias passaram somente por serem judeus. Hoje existe o Estado de Israel que é a maior afirmação que o Holocausto não se repetirá. Hoje temos o Estado de Israel que é a nossa maior força. O nome Wizo já era familiar para mim pois, perto da minha casa, em Tel-Aviv, existe uma sede que minha mãe faz as doações de nossos pertences. Sei que minha avó trabalhou na Wizo durante muitos anos e hoje minha tia também trabalha. Foi muito difícil para mim estar no Brasil durante o último conflito, pois ainda sou reservista do exército e senti que daqui não pude cumprir o meu dever como cidadã e soldada mas, por outro lado, foi importante pra mim participar desses encontros com vocês e perceber como vocês atuam nesses momentos difíceis. Por isso queria agradecer em nome de todos que lá se beneficiam deste trabalho. 

Estou feliz em comemorar o Rosh Hashaná este ano, mas é difícil para mim devido aos nossos 72 soldados e civis mortos nesse conflito e pela dor de suas famílias. Mas, como judeus, devemos erguer a cabeça e celebrar mais um ano de nossa existência. Há 3 dias atrás estava em São Paulo e lá tive a oportunidade de conhecer pessoalmente Musab Hassan Yosef, mais conhecido como “filho do Hamas”.

Yamit Cohen - Uma soldada pela paz

Em uma conversa rápida antes de sua palestra, ele percebeu que meu nome é israelense e que se relaciona a mar- "Yam", em hebraico. Assim começamos a falar de Israel e contei para ele que moro lá e que servi o exército na Faixa de Gaza. Agradeci o seu trabalho importante por Israel e ele me agradeceu igualmente pelo meu trabalho. 

Fiquei emocionada em ouvir um agradecimento de uma pessoa tão importante e influente no mundo mas foi mais do que isso: foi ali que percebi que nós judeus e palestinos temos muito em comum. Todos têm o desejo de crescer na vida, construir uma família, ter uma casa bonita, amar e ser amados. Mas o que nos difere é a nossa cabeça, religião, a forma que fomos criados e isso é muito difícil de ser mudado e foi isso que Musab conseguiu fazer em sua vida, ver o mundo fora do islamismo. 

O homem comum para o islamismo radical não é o mesmo homem comum para os judeus e a maioria do mundo. A guerra é por pedaços de terra mas tudo começa na religião, no radicalismo, no fanatismo e no extremismo e é ai que deve começar a mudança. Quero terminar e dizer em nome dos que não estao mais entre nós, dos soldados e civis que morreram para que possamos estar aqui hoje - Quando morreram nos deram a ordem de viver- עם ישראל חי"

Yamit Cohen - Uma soldada pela paz

Na oportunidade a Wizo-Rio homenageou
todas as soldadas de Israel, forças vivas da nação,
por sua brilhante atuação. Confira: acesse.

Yamit Cohen - Uma soldada pela paz

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Mais sobre a Wizo-Rio: leia.
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