Pesquisadores investigam a possibilidade que a maioria dos Ashkenazim ao redor do mundo possa ser rastreada até um 'grupo' de apenas 350 pessoas, que viviam na Europa entre 600 a 800 anos atrás.
Por Dudi Goldman
Você já sofreu provocações e chamado de "Ashkenazi esquisito?"; Bem, você pode se consolar com as descobertas sensacionais de um novo estudo que mostra para todo o mundo que os judeus ashkenazim são descendentes de uma só família, o que significa que você pode estar de alguma forma relacionado com Albert Einstein, Sigmund Freud e muitos outros gênios judeus.
Esta pesquisa foi conduzida por uma equipe liderada pelo cientista israelense Itsik Pe'er, professor associado do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Columbia.
O estudo, publicado na revista Nature Communications na terça-feira, descobriu que a maioria dos judeus Ashkenazi espalhados pelos quatro cantos do mundo pode ser rastreada até ao que é referido como um "grupo" de apenas 350 pessoas, que viviam na Europa entre 600 e 800 anos atrás, o JTA relata.
Para chegarem a esta conclusão, os pesquisadores analisaram os genomas de 128 judeus ashkenazi, e depois compararam com os de europeus não judeus, para então descobrirem quais os traços genéticos que os ashkenazim possuem que os fazem únicos. Eles também compararam seus genes com o DNA de 26 pessoas de oigem flamenga da Bélgica.

O que levou o Prof. Pe'er a afirmar em uma entrevista para a Live Science que, entre os judeus ashkenazim, "todo mundo é primo de 30º grau". Em outras palavras, ele disse ao Yedioth Ahronoth esta semana, se um homem ashkenazi se casa com uma mulher ashkenazi, há uma boa chance de que eles sejam parentes distantes.
Em relação aos participantes de origem flamenga da Bélgica, cerca de 46 a 50% do DNA das amostras colhidas dos participantes judeus indicaram terem sido originados de antigos europeus, com a maioria proveniente do Oriente Médio há mais de 20.000 anos atrás.
Como relata o Los Angeles Times, cerca de 80% dos "judeus modernos" são Ashkenazi, de acordo com a Universidade Hebraica de Jerusalém. Hoje, existem cerca de dez milhões de judeus Ashkenazi em todo o mundo, sendo que 2,8 milhões dos quais residem em Israel.
Deve ficar claro, no entanto, que o objetivo do estudo não foi provar quão talentosos e bem sucedidos os ashkenazim são, mas para encontrar uma solução médica para doenças genéticas graves entre os judeus ashkenazim, incluindo fibrose cística, doença de Tay-Sachs e câncer de mama.
Através do estudo, sob a liderança do Prof Shai Carmin, da Universidade de Columbia, os pesquisadores esperam desenvolver medicamentos para estas doenças baseado em "ajustes genéticos", que poderiam reduzir a sua frequência entre os judeus Ashkenazi.