Estudo revela que os essênios, grupo judaico ao qual se atribui a autoria dos pergaminhos que registram o início da era cristã, podem nunca ter existido
Rodrigo Cardoso
ESCONDERIJO Detalhes da sociedade judaica de 2 mil anos atrás foram revelados com a descoberta de 930 pergaminhos, entre 1947 e 1956, em 11 cavernas de Qumran, em Israel
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Muito do que se sabe, hoje, sobre os essênios foi escrito por Flavio Josefo, um historiador que viveu no século I d.C. Ele relatou também as trajetórias de saduceus e fariseus, outros dois grupos religiosos que existiram na era cristã no território que hoje é Israel. Segundo Josefo, os cerca de quatro mil essênios viveram em oposição ao mandamento bíblico que exigia o matrimônio e a procriação, não se alimentavam de animais mortos, ficavam imergidos na água a cada manhã e proibiam a expressão da raiva. Práticas que os elevariam à condição de uma sociedade dissidente e esotérica, não fosse sua história uma utopia, como defende a professora Rachel. Para ela, quando se refere aos essênios, Josefo, considerado pelos judeus um dos maiores historiadores da época, estaria exercitando a literatura e não uma descrição histórica. "Não faz sentido haver milhares de pessoas vivendo de forma contrária à lei judaica e não existir qualquer referência a elas em nenhum texto hebraico ou aramaico", diz a israelense.
FOTOS: SHUTTERSTOCK; DIVULGAÇÃO
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