Ao menos nove palestinos, entre eles uma mulher grávida e dois familiares de Mohamed al Deif, líder da ala militar do movimento islamita Hamas, morreram na madrugada desta quarta-feira em novos bombardeios israelenses sobre Gaza.
A mulher e a filha mais nova do chefe das Brigadas Azedim Qassam , braço armado do Hamas, além de um terceiro civil, morreram em um bombardeio que, segundo as autoridades israelenses, tinha como alvo Deif.
Mohamed al Deif merece a morte igual a Osama bin Laden, é um alvo legítimo , justificou nesta manhã o ministro israelense de Interior, Gideon Sa'ar. Apareceu uma ocasião para eliminá-lo , acrescentou em entrevista à rádio militar.
Fontes palestinas indicaram que no ataque, que aconteceu no bairro de Sheikh Raduan, foram usados vários projéteis de enorme potência e que outras 45 pessoas ficaram feridas.
A mulher e a filha do grande líder são agora mártires , confirmou através das redes sociais o porta-voz do Hamas, Moussa Abu Marzuk.
O Hamas pediu hoje à população que o funeral ao meio-dia se transforme em uma grande expressão grande de dor e solidariedade na faixa.
Deif, que sobreviveu a pelo menos cinco tentativas israelenses de assassinato, chegou à chefia do braço militar do Hamas em 2002, após o assassinato de seu antecessor, Salah Shehade.
Palestinos e israelenses se acusaram mutuamente na terça-feira pela quebra da trégua depois que quase simultaneamente vários foguetes fossem lançados desde a faixa e a aviação israelense atacasse cerca de 20 pontos em Gaza.
Os bombardeios israelenses se intensificaram ao longo da tarde e da noite, e pelo menos outras seis pessoas morreram nele, informaram fontes na faixa.
Mais de dois palestinos, 75% deles civis, morreram em bombardeios israelenses em Gaza nas seis semanas que já dura a atual ofensiva militar.
Nos combates morreram também 64 soldados israelenses, além de um civil israelense, um beduíno e um trabalhador asiático, estes últimos alcançados por algum dos mais de três mil foguetes lançados de Gaza pelas milícias.
A nova troca de bombardeios fez colapsar as negociações por um cessar-fogo permanente que aconteciam desde domingo no Cairo.