
A ex-secretária de Estado do governo Obama Hillary Clinton culpou o presidente americano, em uma entrevista publicada neste domingo (10), por ter deixado um vazio de poder na Síria que teria favorecido os jihadistas, e defendeu a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
Hillary criticou a decisão dos Estados Unidos de não apoiarem militarmente os opositores do presidente Bashar al-Assad, o que, a seu ver, abriu caminho para a facção rebelde mais extrema, o Estado Islâmico (EI), que, hoje, avança no Iraque.
'O fracasso em ajudar a construir uma força confiável de combate daqueles que originaram os protestos contra Assad - havia islamitas, laicos, havia de tudo no meio -, o fato de não ter feito isso, deixou um grande vazio que, agora, os jihadistas preencheram', disse Hillary à 'The Atlantic'.
A ex-primeira-dama, entrevistada antes da decisão de Obama de lançar ataques aéreos contra o EI no norte do Iraque, sugeriu que falta ao presidente uma estratégia para enfrentar a ameaça jihadista.
'Uma das razões pela quais me preocupo com o que está acontecendo no Oriente Médio é a capacidade de escape dos grupos jihadistas, que pode afetar a Europa e os Estados Unidos', disse Hillary.
Sobre a situação na Faixa de Gaza, ela considerou que 'Israel fez o que deveria para responder aos ataques com foguetes' do Hamas.
'Israel tem o direito de se defender. As manobras do Hamas para esconder foguetes, centros de comando e entradas de túneis em áreas civis complicam a resposta de Israel', assinalou.
A ex-secretária de Estado defendeu, ainda, as tentativas de Israel de evitar vítimas civis. 'Não conhecemos uma só nação, sem importar seus valores, que não tenha cometido erros, mas, no final, a responsabilidade por tudo recai sobre o Hamas', afirmou.
Clinton chamou a atenção para o antissemitismo crescente, principalmente na Europa, onde há 'infinitamente mais manifestações contra Israel do que contra a Rússia, que se apoderou de parte da Ucrânia e abateu um avião comercial'.