
TEL AVIV — A polícia israelense deteve neste domingo seis suspeitos do assassinato do jovem palestino Mohammed Abu Khdeir, que provocou uma onda de violência na região. As circunstâncias do crime permanecem obscuras, mas suspeita-se que ele tenha sido morto em um ato de vingança pelo assassinato de três jovens israelenses na Cisjordânia.
As detenções apontam para grupos judeus de ultradireita, segundo o jornal “Haaretz”. Israel e Faixa de Gaza voltaram a se atacar neste domingo, com bombardeios da aviação israelense em 10 locais usados por militantes, em resposta ao lançamento de foguetes palestinos.
“Depois de um bombardeio constante de foguetes em comunidades israelenses no Sul, um avião israelense atacou 10 alvos no Sul e no Centro da Faixa de Gaza”, disse o Exército em um comunicado.
Não houve relatos imediatos de vítimas após os ataques aéreos. Israel reforçou as suas forças terrestres ao longo da fronteira de Gaza na quinta-feira, indicando que uma invasão ao território estava sendo considerada caso os palestinos não recuassem.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu a seu governo para agir de forma responsável e manter a cabeça fria diante da crescente tensão em torno da Faixa de Gaza.
— A experiência tem mostrado que, em tempos como estes, devemos agir de forma responsável e com a cabeça fria e não com palavras duras e impetuosidade — disse Netanyahu a seus ministros, que estão divididos sobre como responder a disparos de foguetes contra o Sul de Israel.
A situação complicou-se ainda mais após a detenção de um primo do palestino morto, ação que foi condenada pelos Estados Unidos. Tariq, de 15 anos, cidadão americano que vive na Flórida, foi preso pela polícia de Israel na última sexta-feira, após o funeral de Mohammed. Segundo seus parentes relatam à agência de notícias Associated Press e à rede de TV americana CNN, Tariq foi agredido pela polícia durante as manifestações.
Os pais de Tariq, Suha e Salah, dizem que o menino foi tratado em um hospital de Israel após ser detido. Eles divulgaram fotos que mostram o rosto do menino inchado e machucado.
A porta-voz da polícia de Israel, Luba Samri, disse que Tariq Khdeir resistiu à prisão e atacou autoridades da polícia, sem deixar claro se os policiais teriam agido em retaliação. Ele foi detido com um estilingue usado para atirar pedras na polícia, junto com outros seis manifestantes, incluindo alguns armados com facas, segundo Samri. A porta-voz também disse que diversos policiais foram feridos no protesto.
No sábado, o procurador-geral palestino foi citado pela imprensa local dizendo que um relatório preliminar da autópsia mostrou fuligem nos pulmões do palestino, indicando que o jovem foi queimado enquanto estava vivo e respirando.
Os distúrbios continuaram na noite de sábado em várias cidades árabes no norte de Israel. Ao menos 22 foram pessoas, de acordo com informações da polícia.