Padre argentino faz trabalho assistencial na Faixa de Gaza.
Governo argentino diz que Israel é responsável por sua integridade física.
A Chancelaria argentina convocou nesta quarta-feira (30) a embaixadora de Israel, Dorit Shavit, e exigiu garantias pela vida de um padre argentino que faz um trabalho assistencial com crianças e idosos na Faixa de Gaza, informa a agência France Presse.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores advertiu Israel que "o torna responsável pela integridade física do cidadão argentino e das pessoas assistidas pelo sacerdote" na Paróquia Sagrada Família, indicou em um comunicado.
"O agravamento da situação dessas pessoas terá sérias consequências nas relações bilaterais", indicou o ministério em Buenos Aires.
O padre Jorge Hernández e nove freiras auxiliam 30 crianças com deficiência e um grupo de nove idosos em Gaza.
O chanceler argentino Héctor Timerman manifestou a Dorit que "o atual nível das relações diplomáticas deve se traduzir na solução imediata de situações como a do padre Jorge Hernández"
A postura argentina diante do conflito em Gaza tem sido duramente criticada pela comunidade judaica local, a maior da América Latina, com cerca de 300 mil membros. Os judeus argentinos consideram que o governo de Cristina Kirchner trata da mesma forma o Estado de Israel e o Hamas, movimento radical palestino que governa a Faixa de Gaza.
Os conflitos na região, que começaram no dia 8 de julho, já deixaram 1.360 palestinos mortos, segundo informa a agência Associated Press. No mesmo período, morreram 56 soldados e 3 civis de Israel.
Outros países
Nesta terça (29), os governos de Chile e Peru também chamaram os seus respectivos embaixadores em Israel para consultas.
Os dois países sul-americanos reiteraram o apelo para o fim das hostilidades, apoiando o pedido do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban ki-moon.
Na semana passada, o Brasil também chamou seu embaixador em Israel, considerando "inaceitável" a escalada da violência em Gaza e condenando "energicamente o uso desproporcional da força por Israel" no conflito. Depois disso, de acordo com a publicação "The Jerusalem Post", o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor, afirmou que a medida "era uma demonstração lamentável de como o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático".