Paulão irá explodir um ônibus com nordestinos logo nos primeiros capítulos da nova novela da Record.
Além de um protagonista paraplégico, “Vitória”, próxima novela da Record que estreia dia 2 de junho, tratará de temas polêmicos como o neonazismo. Na trama, escrita por Cristianne Fridmann, Marcos Pitombo dará vida a Paulão, líder carismático de um grupo que perseguirá gays, nordestinos e negros. Com voz de preocupação, o ator explica que o tema será tratado com “muito cuidado”.
— É um discurso que se for dito para uma pessoa que não tem muita instrução pode soar como música para os ouvidos. Ainda mais numa economia como a nossa, que não está bem das pernas, com desemprego e a inflação em alta. Estamos fazendo tudo com muito cuidado por o assunto ser muito espinhoso. Desde o texto até o comportamento dos personagens. A direção está em cima para tentar que isso gere um debate de ideias e que as pessoas possam conversar em casa sobre o tema que é muito contemporâneo.
Namorado de Priscila (Juliana Silveira), que também faz parte do grupo, Paulão irá explodir um ônibus com nordestinos logo nos primeiros capítulos. O ator conta como descarrega a carga negativa do personagem no fim das gravações.
— Tento dar uma relaxada. Tomo um banho de água quente, um chá. Não existe uma violência física, mas as situações são muito tensas. Tento dar uma relaxada. Nas primeiras cenas, tive muita dor de cabeça. Ele fala coisas do tipo: “Você vai contratar esse boiola?” ou “Eu não perder para uma negra”. Ensaiando em casa era difícil sair da minha boca. Acredito que a novela vai tocar na ferida de muita gente, mas o objetivo é promover o debate e gerar informação para melhorar a vida das pessoas — afirma.
Segundo o ator, o discurso neonazista não o “toca em nenhum momento”, embora ele tenha estudado muito sobre o tema para compor o personagem.
— Sou totalmente contra e abomino esse tipo de atitude. Acho um absurdo a intolerância contra os gays e falarmos em raças, já que somos todos iguais. Viajando pelo Brasil, a gente sabe o tamanho do nosso país. É abominável você julgar que uma região é melhor do que a outra por uma colonização ou cultura. Isso tudo foi discutido por nós: o sistema de cotas, pessoas que defendem a pena de morte, porque isso é um genocídio. Se você ver no sistema carcerário 70% são negros — contata.