
Spielberg se inspirou
para criar a fundação depois de conhecer tantos sobreviventes do
Holocausto ao fazer "A Lista de Schindler", que conta a história de um
empresário alemão que usou seus laços nazistas para salvar 1.100 judeus
do Holocausto. O maior legado do filme não são seus sete Oscars, US$ 300
milhões em bilheteria em todo o mundo, ou até mesmo sua mensagem de
humanidade, diz o produtor com 67 anos, mas sim o trabalho em curso da
Fundação Shoah.
Ele também escreveu a
introdução para um livro que comemora seu 20º aniversário, "Testemunho: O
Legado de A Lista de Schindler e da Fundação USC Shoah", que será
lançado na próxima semana.
Spielberg, que irritou a
indústria cinematográfica no ano passado, quando ele previu "uma
implosão" do sistema de estúdio de Hollywood gerado por fracassos de
orçamentos, se recusou a abordar esses comentários. Mas será que um
estúdio investiria em um filme como "A Lista de Schindler", atualmente?
"Eu tenho meu próprio estúdio, então eu teria de pagar por isto", disse ele. "Assim é como 'Lincoln' foi feito."
"Estou muito orgulhoso deste legado", disse ele. "Eu não trocaria isso por nada no mundo."
Em meio a sua lista de
projetos, Spielberg fica perto da organização: "Estou basicamente como
um médico de plantão eu tenho tudo, um bip no meu cinto. Quando eles
precisam de mim, eu estou lá..."
Quando ele começou a
fundação, em 1994, ele só queria coletar testemunhos de sobrevivência
para ajudar no combate aos negadores do Holocausto que surgiram durante
as filmagens de "A Lista de Schindler". Ele nunca esperava receber cerca
de 51.413 depoimentos, em 34 línguas, de 58 países.
"Filmes, pelo menos me ensinaram que eu não tenho que ser realista sobre qualquer coisa", disse ele.
Stephen D. Smith,
diretor executivo do Shoah diz: "Steven Spielberg é a única pessoa que
conheço que tem tanto a integridade e a visão para fazer isso."
Como a coleção cresceu, a
fundação incorporou educação e divulgação. O arquivo digital é muito
procurado, até o nome, data, localização e palavra-chave
específica. Spielberg também visita pessoalmente escolas para falar
sobre os testemunhos de sobrevivência, embora admita que os alunos
adolescentes estão inicialmente mais interessados em discutir "ET" e
Indiana Jones.
"Eles querem falar sobre
os filmes em primeiro lugar, e nós temos realmente uma agradável
conversa sobre os filmes, e depois vamos direto para este assunto",
disse Spielberg.
"Eu acho que se você
colocar 'ET' em um monitor, e ninguém o tinha visto desde criança, e no
mesmo monitor você coloca um testemunho de um sobrevivente húngaro, o
jovem vai assistir o depoimento e não assistir ' ET ', continuou ele.
"Porque eu acho que o testemunho é relevante e análogo hoje, mesmo na
vida dos jovens em casa, ou no pátio da escola."
Essa resposta, segundo ele, lhe dá esperança.
"Ele só restaurou minha
fé verdadeira em todas estas novas gerações, que no cerne de todos os
seus valores, todo mundo começa como uma boa pessoa", disse ele. "(O
depoimento) chega e aperta o botão da decência em todos nós. A decência,
a compaixão e a pró-ação de querer tornar o mundo um lugar melhor. Não
apenas nos jovens, em todo mundo."