Natalie Portman nasceu em Jerusalém, Israel, onde está se dedicando ao primeiro longa-metragem dirigido por ela, mas há moradores da cidade incomodados com a filmagem a ponto de se queixarem publicamente.
Um grupo de líderes descritos como ultra-ordoxos do bairro de Nahlaot encaminhou uma carta à vice-prefeita do município, fundado em 3.000 a.C.
No documento, eles reclamam da decisão da administração local de haver permitido — sem consultar nenhum habitante nativo — as filmagens da adaptação do romance autobiográfico 'De Amor e Trevas', do escritor de 74 anos Amos Oz, também nascido em Jerusalém.
Já apareceu até uma pichação no bairro, denunciando "invasão estrangeira".
Portman, de 32 anos, recebeu cerca de 1 milhão de reais da prefeitura para fazer o longa-metragem.
Ela também atua no filme, interpretando a mãe do romancista.
"A filmagem está programada para ocorrer em várias ruas frágeis, perto de sinagogas e ieshivot, e as cenas deveriam ter sido examinadas para se ter certeza de que elas não ofender a sensibilidade de ninguém", diz a carta dos moradores. "Ieshivot" é o plural de "ieshiva", são instituições de ensino religiosas em que se estudam livros sagrados para o judaísmo.
A vice-prefeita de Jerusalém, Rachel Azaria, respondeu logo às demandas: "Há uma tensão constante entre o desejo de celebrar a Jerusalém diversificada e interessante e as tentativas de grupos extremistas para impedir isso. A atratividade da cidade, sua arquitetura única e os esforços da indústria de cinema e televisão triunfarão.
E o crescimento cinematográfica que já vimos em Jerusalém nos últimos anos vai continuar a florescer também amanhã, com Natalie Portman".